"Devemos escrever para nós mesmos, é assim que poderemos chegar aos outros!"
Eugène Ionesco

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Correcção do teste

"Falámos de cultura, mas não há uma cultura. Há, sim, várias culturas. A variedade cultural resulta de uma característica tipicamente humana."

A cultura resulta de um conjunto de normas e condutas assentes num grupo de crenças de um determinado povo ou região. Todos os nossos actos são influenciados por cultura, e , os mesmos actos, fazem parte desta cultura, que resulta de uma interacção de várias atitudes que foram desenvolvidas pelo Homem ao longo dos anos, no seu percurso evolutivo.
o ser humano adapta-se - é neoténico - e a adaptação relaciona-se, muito particularmente do meio onde é desenvolvida; assim, uma criança que nasça num meio selvagem evoluirá só até ao estritamente necessário para a sobrevivencia: " (...) incapazes de permanecerem de pé, caminhavam a quatro patas, apoiadas nos cotovelos e nos joelhos para percorrerem pequenos trajectos e apoiados nas mãos e nos pés, quando o trajecto era longo e rápido:".
os animais nascem com 70% do cérebro desenvolvido, que fica completo logo nos primeiros meses de vida, assim, podemos concluir que os animais já nascem cientes de muitas capacidades que terão mais tarde; já o Homem, nasce com o seu cérebro desenvolvido apenas a 23% e desenvolve-se até aos 23 anos, que quando o homem atinge os 100% de capacidade que usará no futuro.
Já concluímos que o Homem é um ser em constante mutação e é dotado de (não) capacidades que são desenvolvidas até relativamente tarde o que possibilita ao ser humano a capacidade de aprendizagem - o Homem consegue aprender, o animal não. Existem, na vida do Homem, 3 entidades que resultam no triângulo ético: O Eu, os Outros e as Instituições; é através destes que o Homem aprende e desenvolve capacidades pela interacção com os mesmos. O Eu, possibilita o individuo de se descobrir e aprender com essa descoberta; o outro, ao interagir connosco dá-nos informações e coloca questões que são pertinentes no que respeita à aprendizagem e ao estímulo intelectual; as intituições ( que passam pela família, igreja e outros organismos) são a base da nossa evolução enquanto seres sociais e culturais - são estes que nos ensinam valores e tradições que serão os nossos durante (pelo menos) algum tempo na vida.
Os valores da nossa família por exemplo, podem tornar-se dogmas na maneira como agimos. No texto é observavel essa ligação com os valores familiares alimentavam-se de carne prutefacta, comiam e bebiam como animais (a sua família)
É então conclusivo, que para vivermos dignamente precisamos dos outros para adquirirmos cultura e é tão maior essa depedência, quanto maior for a vida socila do indivíduo, uma vez que quanto mais cultura conhecermos, mais nós podemos aproximar do conceito ideal de cultura para nós.

Ao longo dos tempos a capacidade do homem criar cultura foi sendo aprimorada, sendo

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Entre a China e Portugal.

O meu nome é Chang, que em chinês significa “livre”. Tenho 18 anos e sou natural da China, da cidade de Pequim. Provenho de uma pequena família, o meu pai tinha um pequeno salão de chá e a minha mãe era doméstica. Como é de imaginar, sou filha única, devido à política chinesa do filho único, ainda para mais sendo rapariga. Desde pequena que sempre tive a oportunidade (não tão frequente quanto isso) de estudar numa boa escola chinesa, tendo assim podido acabar o liceu. Quando estava prestes a entrar para a melhor universidade do país, a Universidade de Nanjing, o meu pai recebeu uma proposta de um dos seus fornecedores de ir trabalhar para Portugal. Para mim foi um pouco difícil ter que deixar o meu país e as minhas amizades, mas não tive alternativa.
Então, fizemos as malas e embarcamos uma semana depois…
Chegando a Portugal, e uma vez instalados, tratei de fazer a minha inscrição na Universidade da cidade onde iria ficar, Aveiro, e passei os restantes dias de férias a conhecer a zona.
Foi bastante difícil a minha ambientação a este novo país. Tudo era diferente do meu, e o que mais me impressionou foi o facto de, por tradição, se usar garfo e faca para comer, o que na China seria considerado quase como um insulto. Sim, mesmo na capital Pequim as famílias tradicionais ainda comem de pauzinhos, pois leva-se as tradições muito a serio. Também verifiquei, nesta grande cidade, que as pessoas não têm muitos hábitos religiosos, o que no meu país não acontece. A minha família é tradicionalmente budista. O que nem toda a gente sabe, é que o budismo não é uma religião, pois não existe um deus criador, é mais como uma filosofia de vida cujo objectivo é atingir a felicidade eterna. As minhas práticas budistas neste sentido suscitaram muita curiosidade e interesse na minha nova Universidade. Cheguei mesmo numa altura de eleições legislativas, o que também foi uma surpresa para mim; apesar de nem eu nem os meus pais podermos ainda votar, a cidade foi invadida de campanhas de inúmeros partidos, e por todo o lado só se falava de eleições. Já tinha a percepção de que os países ocidentais eram mais liberais neste aspecto do que a China, mas nunca pensei que a diferença fosse tanta. No meu país, apenas existe um partido, o Partido Comunista Chinês, que permanece no poder pelo que parece ser uma eternidade, visto que controla toda e qualquer liberdade de expressão, principalmente forças que lhe queiram fazer frente. Também não é comum ouvir falar tão mal dos chefes governativos como eu ouço aqui em Portugal.
Em relação à língua, não tive muita dificuldade em me adaptar pois, visto que o meu pai mantinha relações comerciais com portugueses, desde pequena fui habituada a recebe-los em casa e a estar em contacto com esta língua.
Outra coisa que me deixou espantada foi a quantidade de lojas chinesas que existiam. Sabia já que a China se está a tornar numa das maiores potências mundiais, mas nunca pensei que as lojas se seguissem umas às outras pelas ruas fora! Isto também me entristeceu, pois quanto mais lojas foram abertas, mais quantidade de produtos é necessário fabricar, o que implica uma intensificação da exploração de mão-de-obra infantil. Infelizmente, já tive oportunidade de visitar uma destas fábricas na China, e fiquei chocada com a forma como as crianças de tenra idade são forçadas a trabalhar até à exaustão, em condições sobre-humanas, sendo que muitas acabam por morrer.
Aparte destes contrastes culturais entre a China e Portugal, gostei bastante de conhecer uma nova cultura e fui muito bem recebida, quer na cidade pelos meus vizinhos, quer na própria Universidade. A minha experiência em Portugal durou 3 anos, o tempo de acabar o curso, e depois voltámos para a China, mas sem dúvida este foi um dos períodos mais marcantes da minha vida.

Relatório do Filme "Freedom Writers"

O filme “Freedom Writers”, visualizado nas aulas de Psicologia no âmbito do capítulo “A Cultura”, mostra-nos exactamente isso, o lado negro da diversidade cultural.
A história passa-se num bairro problemático, onde convivem as mais variadas raças e culturas, o que inevitavelmente leva a comportamentos racistas. Os tiros, os desacatos, a violência em geral, são uma realidade à espreita em cada esquina.
É na escola deste bairro que fica colocada a professora Erin Gruwell que, ao deparar-se com a turma diversificada e complexa que tem pela frente, está determinada a ajudar os seus alunos a ultrapassarem as dificuldades do meio em que vivem e a tentar dar-lhes um sentido à vida. Dá-lhes aquilo que eles mais necessitam: uma voz própria. Nem tudo foi fácil, pois teve que ultrapassar diversos processos burocráticos impostos pela directora da escola, que sempre dera a turma como um caso perdido. Mas, na realidade, a professora conseguiu dar a volta ao assunto; os alunos começaram a escrever as suas vivências quotidianas, deixando registado os horrores que, infelizmente, ainda hoje são prato forte dos locais onde as mais diferentes culturas convivem. O objectivo disto era cultivar o respeito mútuo entre as diferentes culturas. No final, todos os relatos são compilados e publicados em livro. O resultado, é uma reviravolta total na vida destes estudantes, o que só vem provar que o ser humano é maioritariamente fruto do meio em que vive pois, as mesmas pessoas, vivendo em condições problemáticas e sem ajudas, manifestavam um carácter violento, não tinham expectativas em relação ao futuro, eram até capazes de se matarem umas às outras só por terem uma cor ou origem diferente e, essas mesmas pessoas, ajudadas por alguém que lhes faz ver que a diversidade cultural pode trazer muito mais vantagens do que desvantagens, passaram a ser alguém com perspectivas risonhas para o futuro que se lhes aproximava.

Relatório da Aula nº17

No dia 21 de Outubro de 2009 foi a nossa aula de revisões para o teste.
Procedemos, assim, a uma breve revisão oral sobre os conteúdos leccionados, como as perspectivas epigenética e preformista, ou a genética e a evolução humana. Para isso, corrigimos oralmente actividades realizadas na aula anterior, e realizamos novas actividades, perguntas de verdadeiro e falso, para também treinarmos as justificações a dar no teste.
Depois, a professora ditou-nos alguns apontamentos. Vimos que quando um animal não humano nasce, o seu cérebro já atingiu 70% das definições definitivas de adulto. O restante 30% cresce e desenvolve-se nos primeiros meses de vida. No humano, o cérebro ao nascer tem só 23% das dimensões adultas. Nos 6 anos após o nascimento, assiste-se a um crescimento rápido que só se completa aos 23 anos, ou seja, o crescimento do cérebro prolonga-se 10 anos para lá do momento em que atingimos a maturidade sexual. Assim, e em virtude da nossa indigência biológica, somos uma realidade que se tem de construir, uma realidade cultural que resulta em grande parte do desenvolvimento de competências no contexto das interacções sociais.


(peço desculpa por a postagem vir tão atrasada :D)

sábado, 28 de novembro de 2009

A Influência do Genótipo na Complexidade de um Ser

Genótipo define-se muito sinteticamente como: conjunto de cromossomas que constituem o núcleo de cada uma das nossas células…

Assim, e partindo do princípio que a carga genética de uma célula é fundamental para definir algumas das nossas características, podemos afirmar que o genótipo (em conjunto com o meio) define quem somos. As perguntas que aqui se colocam são: “Até que ponto é que um genótipo abundante garante um ser mais complexo?”, “Estará relacionado o desenvolvimento do genótipo com a evolução de que falava Darwin?”, “Será possível a criação de um ser cada vez mais perfeito através da manipulação das estruturas genotípicas?”… Veremos ao longo do trabalho que estas perguntas são de fácil resolução.


Quando pensamos no facto de um ser vivo ser mais completo quanto a complexidade da sua carga genética e fazemos pesquisa em relação a isso, é impossível ignorarmos casos como a samambaia e a borboleta que têm, respectivamente, 1200 e 380 cromossomas em cada célula do seu corpo; ao compararmos seres simples como a samambaia com seres tão complexos como o ser humano (que tem apenas 46 cromossomas), damo-nos conta de que realmente a complexidade de um determinado ser e o seu número cromossomático não estabelecem uma relação de proporcionalidade directa. Então, podemos desde já afirmar que a complexidade dos seres não se relaciona só com a sua complexidade genotípica; falamos então de fenótipo


O fenótipo resulta da carga genética em interacção com o meio, sendo assim, uma decomposição do conceito esquematizada seria:

Genótipo + Ambiente -> Fenótipo


Em relação à possibilidade de criar um ser humano melhor, melhorando o seu genótipo, deparamo-nos já com alguns obstáculos; mas a natureza já “se encarregou” de nos dissuadir dessa ideia: Trissomia 21

A Trissomia 21 ou Síndrome de Down não é mais do que a adição (não provocada) de um cromossoma ao genótipo de um indivíduo, daí resultando, um indivíduo igualmente complexo, mas com algumas limitações… Desta forma, está provado na prática, que um cromossoma a mais não melhora a espécie, mas limita-a… Assim, depois de todos os exemplos e provas dadas, podemos afirmar peremptoriamente que a complexidade de um ser, qualquer que seja, não se relaciona única e exclusivamente com a sua carga cromossomática!...

“Mas que não tenhamos ilusões – a nossa pesquisa ainda nos deixaria muito incapazes de alcançar a extrema complexidade dos organismos mais simples!” Dr. Ilya Prigogine

terça-feira, 24 de novembro de 2009


"Cafeína poderá ter um efeito protector no cérebro"...
Esta é uma das frases que podemos encontrar nos pacotes de açúcar actualmente distribuídos no nosso bar da escola; Estas frases remetem-nos para os efeitos benéficos do café no nosso organismo e, nomeadamente, no cérebro.
O Programa Café & Saúde, em associação com algumas marcas de café como a Buondi ou Sical, baseia-se numa série de teses científicas que indicam o café como método de prevenção e até como cura para algumas doenças das quais se destacam o cancro, (um tipo de) diabetes, doenças coronárias e hipertensão.
A bebida mais consumida no mundo inteiro é também conhecida por ser um “estimulante leve que aumenta a actividade do sistema nervoso central, resultando num estado de alerta e excitação, melhorando a performance em tarefas cognitivas que requerem rapidez ou vigilância e melhorando, igualmente, a memória". Ao que parece, a cafeína (um dos principais componentes do café), para além de excitante, é também um modo de combater doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer, sendo que na primeira, esta substância tem um efeito atenuante no que respeita à evolução da doença, e na segunda actua como um método de prevenção.
Após uma conferência de 25 dos mais prestigiados cientistas do Mundo, em Lisboa, foram descobertas estas e outras propriedades desta bebida que se pensa ter origem na Etiópia do século IX; sabe-se agora (porque foi provado entretanto) que o café melhora a memória de curto prazo e, portanto, evita perdas de vocabulário e estimula a memória visual.
Assim, como diria James Mackintosh:

"O poder da mente do Homem é directamente proporcional à quantidade de café que ele bebe!".

Se eu vivesse na China - O Diário de um Emigrante


Dia 1 (o primeiro do meu ano enquanto “estudante chinês”) – “Pedro acorda! Faltam cinco minutos!”… Levanto-me a correr na esperança de não perder a apresentação da escola aos novos alunos estrangeiros… Estou na China, “Olá Xangai!”. Levanto-me da cama com pressa e corro para a rua! Está calor! Ajuntamentos de pessoas de olhos rasgados atropelam-se para o trabalho; não há carros e as ruas são antes ocupadas por bicicletas e vendedores ambulantes que vendem das coisas mais estranhas! A Sara avisou-me para eu vir uma semana antes para conhecer o sítio, mas não tive tempo e o dia de ontem, usei-o para desfazer as malas, ambientar-me ao quarto e à casa e ouvir algumas recomendações dela! Passo pelo famoso mercado de cão… “Que nojo!”, a oferta é variadíssima e vai desde cães vivos, criados para alimento, cães servidos em pratos numa qualquer receita sem esquecer as partes de cão cruas vendidas num espaço alheio às condições de higiene… “Espera pela ASAE!...”. Ao chegar à universidade deparo-me com um edifício com estranhas semelhanças com o estilo Europeu… Evito falar, tenho medo do comunismo chinês – alguns anos de imperialismo ainda podem ter reminiscências… O povo chinês é muito conservador.
A apresentação da escola é feita e tomo contacto com outros “erasmus”, nomeadamente dois de nacionalidade portuguesa; estou excitadíssimo, mas tenho de voltar… Agora vou poder ver um pouco mais do que é a China, visto que já é possível “andar” na rua; “a política do filho único não deve ter chegado a esta parte da China!”, existem ainda montões de crianças a brincarem com bolas e a correrem umas atrás das outras, sendo que muitos deles são mulheres! A população deste país representa cerca de um quinto da população mundial total representando 1,35 biliões! Então é permitido aos casais chineses ter no máximo um filho nas áreas urbanas e dois nas áreas do interior, e deve ser dada prioridade aos homens, uma vez que “são estes que cuidam das pessoas mais velhas, nomeadamente dos seus pais, e é nestes que se encontra o nome que será o nome de família”. “Pensei que as pessoas falavam mandarim aqui!”, teoricamente é a língua oficial da China, porém é normal que, numa cidade tão concorrida como Xangai, exista uma mistura cultural que representa grande parte do território chinês; O mandarim, com o cantonês, o sichuanês e o hakka, constituem as línguas faladas neste país.
Passo pela estátua honorária a Confúcio (551 a.C. – 479 a.C.) o grande filósofo chinês! Neste país a espiritualidade aliada à filosofia tem um papel primordial e adjacentes estão o Confucionismo, Taoísmo e Budismo. A estátua marca uma biblioteca, o que faz sentido, uma vez que a literatura chinesa é baseada em textos filosóficos ou poéticos.
O mercado, novamente, agora atrevo-me a entrar e descubro uma variedade enorme de especiarias “Os portugueses vinham cá buscar as ervinhas!”, a arte da gastronomia chinesa não ficaria completa sem estas ervas moídas ou não sendo que estes recursos são igualmente importantes na medicina que está em muito ligada às plantas medicinais, sendo que os chineses em geral preferem medicinas tradicionais à medicina convencional, então sãos os inventores de técnicas como a acupunctura.

O mercado está munido de colunas, o que não é de admirar pois em termos de tecnologia este país está na vanguarda de tudo o que é novo, dispondo de um grande investimento a nível tecnológico: “Estas de certeza que são made in China!”; as crianças ajudam os pais a servir o cliente que está à minha frente num mercador de doces, o trabalho infantil ainda acontece e a escravatura é também uma realidade! Chega então a minha vez, as escolhas são muitas: chupas de escorpião, larvas salteadas em mel, formigas fritas no pão, escaravelhos caramelizados; enfim, acabo por escolher alguns de cada para experimentar!... “Se tiver coragem!”. A gastronomia chinesa (bem como de toda a Ásia) é no mínimo peculiar… A maior parte dos pratos são feitos à base de galinha, com amêndoas, nozes, pimenta, malaguetas, caju… uma variedade de acompanhamentos como o famoso arroz xau-xau.
Acabo por chegar a casa carregado com algumas iguarias e um papel onde está impresso o contacto de uma escola de técnicas de autodefesa!... Estas técnicas foram desenvolvidas aqui… e aperfeiçoadas até se tornarem artes marciais como o karaté.

“Mal posso esperar por amanhã, de certeza que irei adorar esta experiência de descoberta constante num dos países mais interessantes que existe no Mundo!”

sábado, 21 de novembro de 2009

Relatório da Aula

Nas passadas aulas de Psicologia B, dos dias 10, 11, 12 de Novembro, começamos a leccionar um novo tema respeitante á Cultura, que constitui os factores fundamentais no processo do tornar-se Humano.
A construção do ser humano tem uma base biológica hereditária que nos torna parecidos enquanto seres da mesma espécie, competências como o bípedismo, a destreza manual e a utilização da linguagem para comunicação e a inteligência é o que nos torna um ser complexo, mas esta complexidade e competências desenvolvem-se com o convívio com outras pessoas, sem este convívio em sociedade não seriamos capazes de nos construirmos como seres humanos. É no convívio em sociedade que captamos crenças, ideias, costumes, sentimentos e tradições, que formam a nossa cultura.
Por exemplo, se vivêssemos como uma criança selvagem e tivéssemos de nos adaptar a um novo meio, em sociedade, a nossa adaptação a um convivo humano não teria o mesmo sucesso e poderíamos até ficar prejudicados com essa mudança de meio, o que revela que o meio onde crescemos e convivemos é deveras um dos pontos mais importantes para a formação de uma cultura pessoal.
Relacionado com este tema, visionamos o filme “Páginas de Liberdade” que além de abordar a realidade americana, tem presente questões raciais levadas ao extremo, as grandes diversidades culturais numa turma leva a um combate entre gangs de diferentes etnias, pois as crenças e condutas com que cada uma das diferentes raças se depara, originam estas atitudes racistas entre colegas. A persistência da professora para que as diferentes raças/alunos convivam entre si em harmonia e amizade para conhecerem realidades alem das deles, faz com que se tornem pessoas melhores e virem as costas á criminalidade, formando-se assim em cada um, uma cultura distinta com aceitação pelo diferente e uma riqueza própria.
Depois da correcção dos textos feitos pelos alunos, onde estes referenciavam as diferenças culturais entre a China e Portugal, a professora Diana Tavares, mostrou-nos o excerto de um documentário sobre a China, intitulado como “Salas da Morte”. Neste documentário vemos uma realidade degradante da China, onde a lei do filho único e a preferência pelo filho homem, faz com que o sexo feminino sofra horrores que levem á sua morte prematura.
Sendo o sexo feminino o mais rebaixado da China, as raparigas que não são mortas á nascença acabam por ser abandonadas em supostos orfanatos, onde permaneciam amarradas dias a fio, sem se poderem mexer e quem sabe até sem comer, o que as levava á morte em situações sub-humanas.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O que é a cultura?

A Pobreza

Uma breve história da minha vida...

Era eu um rapaz de cinco anos, quando os meus pais morreram num acidente rodoviário, eu não tinha mais família e mandaram-me para uma instituição. Quando um dia, tinha eu na altura dez anos, recebi a notícia de que eu iria ser adoptado por um casal chinês e que estavam prestes a me virem buscar. Chorei aos gritos, pois a ideia de ir para outro país com dois estranhos, deixando para sempre os meus grandes amigos e as assistentes sociais de quem gostava muito, era assustadora, o meu coração parecia que me iria sair pela boca. Ainda por cima, disseram-me que na China comiam-se rãs, cães, gatos, enfim, coisas nojentas.

Chegou o momento de eles me virem buscar, da janela do meu quarto vi o táxi com o casal chinês a sair do táxi, abraço fortemente os meus amigos, pego nas minhas malas e despeço-me deles, com as lágrimas a caírem-me da cara. As assistentes levam-me em direcção ao casal, à minha nova mãe com o nome de Zhang e ao meu novo pai chamado Jing, aperto cada uma das minhas mãos com medo, vejo o tal casal a sorrir para mim, olham-me como se eu fosse um bebé, despeço-me das assistentes, digo adeus a tudo e fixo bem na minha mente, aquela imagem do que era o “centro” e o que significava para mim.

No aeroporto de Lisboa, ainda o avião não tinha levantado voo, e eu ainda estava a olhar para tudo e para todos, parecia-me outro mundo, tudo para mim era novo, olhava admirado para os aviões, pela janela do avião, a chegarem, outros a partirem, e os meus novos pais sempre a falarem comigo, para meu espanto sabiam falar português e eu acanhado falava pouco, falavam sobre o emprego deles, sobre o que gostavam, já eu, falava sobre os meus gostos, sobre os meus amigos de Portugal, etc… O meu pai era dono de uma fábrica e a minha mãe era médica.

Chegado ao aeroporto de Xangai, abri a boca de tanta admiração, vi a enorme quantidade de pessoas à minha volta para onde quer que eu olhasse, a ultrapassarem-se, a empurrarem-se, pareciam formigas, tudo “aninhado”. Jing e Zhang me levavam para a minha nova casa, era um apartamento com 10 andares situada no centro de Xangai, disseram-me também que a cozinha em algumas casas era um lugar bastante gorduroso, mas que na minha nova casa era mais limpa, até porque a Zhang preocupava-se muito com a limpeza, tinha também 2 quartos e 2 salas e o ar condicionado, os computadores, os telemóveis e os televisores planos, estão por todo o lado, mas é curioso verificar que toda esta tecnologia, convive com formas mais antigas de viver. Por exemplo, neste momento, como é verão, todos os sofás estão cobertos de esteiras de bambu, inclusive, Jing e Zhang dormem sobre essas esteiras porque crêem que são mais frescas.

Um facto curioso é a forma de estender a roupa depois de lavada: a roupa é directamente colocada em cruzetas no estendal e que depois são arrumadas no armário. Não se usa ferro de engomar.
Um outro facto curioso que vi nas ruas de Xangai foi: os rapazes transportarem a carteira das namoradas, pois (pelo que os meus pais explicaram) “as jovens são frágeis e devem ser bem cuidadas”. Crenças!!

Nesse dia, eram já 18 horas e eu encontrava-me na minha nova casa, a observar para “tudo o que era canto” até que ouço os meus pais a chamarem-me para ir jantar, quando chego à mesa, para minha surpresa, encontrava-se arroz branco cozido a vapor numa panela especial, que é base da comida, acompanhado por diversos pratos de comida frita: vegetais e tofu, partes estranhas de animais, caracóis e peixe. E ainda por cima comia-se tudo por pauzinhos, por isso cheguei a atirar comida para o chão, por não estar habituado a esta maneira complicada de comer. Os meus pais explicaram-me que a cultura chinesa considera o uso de facas e garfos à mesa como uma coisa bárbara, uma vez que esses, são vistos como armas. A princípio foi difícil de aceitar este tipo de comida, mas depois pouco a pouco lá consegui comer, tornou-se um hábito. Apesar de que cuspir os ossos para cima da mesa ou arrotar são costumes que nos podem chocar, mas que fazem parte da cultura chinesa. Depois do jantar, Jing recolhe a mesa e todos nós nos sentamos no sofá, em frente do LCD, cada um com o seu computador. No computador, vêem-se filmes e joga-se na bolsa.
Jogar na bolsa é muito comum na China, inclusive entre as pessoas mais velhas.

Em Xangai amanhece as 4h da manha, acordei logo com a claridade do dia, ainda tentei durante algumas horas dormir outra vez, mas foi em vão, não consegui.
Tomei o meu primeiro pequeno-almoço da China, a mesa possuía uma larga variedade de comida frita, sopas e ovos. Foi impossível para mim, comer tais coisas ao pequeno-almoço, daí ter pedido à Zhang para ir me comprar sumo de laranja, pão e geleia de morango. Foi o que pedi daí para a frente para todos os pequenos-almoços.

Tive o meu primeiro dia de aulas, foi difícil complicado ter amigos nos primeiros dias, visto ser o única pessoa a falar português na minha turma, não entendia nada do que os outros falavam, nos intervalos, sentava-me à beira das salas e apenas ouvia música e desenhava, distante de tudo, afogado nos meus pensamentos. Ao fim de uma semana, estava eu num momento desses e sentou-se uma rapariga à minha beira, que falava um bocado português. Por esse facto, ela poucos dias depois foi transferida para a minha turma e por ai adiante ajudou-me a perceber o que os meus professores falavam e também estudava comigo. Chamava-se Lan e tinha pai português e mãe chinesa, daí saber falar um pouco português (o suficiente para se perceber).

Era já fim-de-semana, e os meus pais levantaram-se por volta das 6 horas e acordaram-me, pois iríamos nesse dia passear para o parque. Os parques na China são locais de diversas actividades desde o início do dia: tai chi, danças de salão, badmington, karaoke, jogos de cartas, lançar papagaios, praticar artes marciais…enfim há actividades para todos os gostos. São hábitos que fazem parte da vida quotidiana da China. E os jantares ou os almoços em restaurantes com amigos ou colegas de trabalho raramente se proporcionam, daí termos vindo almoçar a casa nesse dia.

Em Xangai, depois de tantas noites a olhar para a rua a pensar nos amigos que tinha em Portugal e em toda a minha vida, reparei que os prédios surgem (e desaparecem) do dia para a noite, o trânsito parece dobrar toda a semana e a cidade se agita. Isso tudo é Lujiazui, que forma uma península numa curva do rio Huangpu, que vira do norte fluente ao Leste fluente. Na margem leste do rio Huangpu, chamada de Pudong está a Manhattan chinesa, uma floresta de arranha-céus, todos construídos nos últimos dez anos. Os meus pais disseram-me que, antes disso, tudo era uma área rural. Aí se pode encontrar a Oriental Pearl Tower e o Jinmao Tower, sendo os edifícios mais altos de Xangai.
Em frente à Lujiazui está o Bund, um velho distrito financeiro e de negócios de Xangai com antigos bancos, casas de comércio e hotéis, onde se pode encontrar o Peace Hotel e o antigo prédio do HSBC (hoje Pudong Development Bank). A história de Xangai bem como os monumentos de Xangai está reunido no Museu da História de Xangai, da qual visitei e adorei. Sítios como estes são magníficos, eu ficava parvo a olhar para aquilo.

Acho que pouco a pouco, me senti um chinês, era um sítio agradável, apesar da grande diferença de culturas, tudo era magnífico, fiquei mesmo sem palavras.

Hoje penso que a minha vida estabilizou-se na China, os meus pais são super atenciosos comigo, já que a família (pelo menos em Xangai) é um valor muito importante e característico. Quanto a Portugal, um dia matarei saudades dos meus amigos e das assistentes sociais, mas estarei em Portugal apenas de visita, por enquanto comunicarei com eles pela internet, como tenho feito até aqui.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Relátorio do Filme "Freedom writers"

Relatório do filme “Freedom Writers”


O filme ‘’Escritores da Liberdade’’ (Freedom Writers) é baseado em factos reais, transmite uma mensagem humanista e mostra como é possível transformar a vida das pessoas que já não acreditam nelas próprias.
O filme conta a história de uma professora novata que luta contra um sistema de preconceitos e estereótipos, valorizando alunos de diferentes etnias. Ela promove a integração dos diversos grupos e incentiva a leitura e expressão de sentimentos dos seus alunos.
As mudanças de comportamento incentivadas pela professora Erin Gruwell, na sua turma, demonstram como um comportamento assertivo é capaz de causar transformações para melhoria de vida de um indivíduo. Ora isso irá desencadear um conjunto de novos comportamentos que possibilitarão ao indivíduo modificar as condições em que vive. Os alunos de Erin Gruwell estavam habituados a lidar com a realidade pela via da violência, mas aprenderam que é possível lidar com ela através da comunicação, de uma forma pacífica. No início do filme, os alunos olham-se de forma desigual uns com os outros, daí os conflitos que se foram originando, quer entre eles, quer com nova professora; até ao momento, estes jovens careciam de alguém que neles fomentasse os sentimentos de auto-estima, responsabilidade e auto-observação. É evidente que, até à chegada desta professora, a vida dos alunos havia sido repleta de revolta, ódio e punição; ela foi capaz, contudo, de alterar a perspectiva dos seus alunos, mostrando e valorizando o potencial de cada um, estimulando a sua auto-estima, incentivando-os e motivando-os à luta por uma nova vida, através da mudança de atitude. A professora apercebe-se das dificuldades enfrentadas pelos jovens, ao longo da sua vida, causadoras da sua personalidade arrogante e auto-defensiva. Decide, então, inovar seu método de ensino de forma a incentivá-los a apresentarem uma postura mais pertinente e atenta.
Ela decide oferecer um caderno a cada aluno, que funciona como um diário, no qual podiam escrever acerca dos conflitos nas suas vidas, assim como as suas esperanças e desejos mais profundos. Isso promove, nos adolescentes, o sentimento de auto-observação, já que passam a escrever sobre sí, analisando-se interiormente. Erin Gruwel incita, também, à leitura do “Diário de Anne Frank”, como tentativa de cultivar, nos alunos, o respeito mútuo, assim como a tolerância, para que conflitos possam ser evitados.
A certo momento, Erin Gruwel propõe que os diários dos adolescentes sejam transformados em livro, reforçando a ideia de apoio, incentivo e correcção, valorizando o que foi por eles escrito.
Em suma, a chegada da professora trouxe uma nova esperança à vida daqueles jovens, que, até então, viviam em condições degradantes, envolviam-se em gangues, etc. Ela abriu-lhes a porta do conhecimento e da cultura, demonstrando-lhes o seu verdadeiro valor e estimulando a livre expressão, de uma forma saudável. Foi o nascer de uma nova vida.

Se eu vivesse na China...

Se eu vivesse na China...


O meu nome é Ricardo Silva, tenho 24 anos e formei-me recentemente na área da Etnologia; a minha área consiste no estudo de grupos étnicos ou sociedades vivas, observando e registando, exaustivamente, as suas características, comportamentos, costumes, crenças e cultura.
Para a elaboração da minha primeira obra de estudo decidi deslocar-me ao outro lado do mundo, para analisar a população oriental chinesa. Sendo a sua cultura o berço de uma das civilizações mais antigas e complexas, cobrindo uma história de mais de 5 mil anos, a China cobre uma vasta região geográfica com hábitos, costumes e tradições que variam bastante entre províncias, cidades e povoações chinesas, apresentando uma importante diversidade cultural e, constituíndo, por isso, um interessante objecto de estudo.
Existiram muitos grupos étnicos na China. Em termos numéricos o grupo preponderante é o Han Chinês. Ao longo da história, muito grupos étnicos foram assimilados nos seus hábitos e culturas ou desapareceram sem deixar traços.
Um dos aspectos que comecei por analisar foram os hábitos, e costumes, assim como os valores deste povo. Constatei que maioria dos valores sociais na cultura e hábitos chineses derivam do Confucionismo e Taoísmo, isto é, as religiões predominantes no país, consideradas filosofias de vida, mas que coexistem igualmente com Budismo, Islamismo e Cristianismo.
Descobri que a cultura chinesa está fortemente ligada ao culto do espíritual e da mitologia. Os chineses fazem uso dos métodos divinos para responder a questões que não podem ser explicadas e até servem como alternativa à medicina. Aliás, muitas da histórias mitológicas e religiosas deram origem a feriados tradicionais chineses, o que me chocou bastante.
Algo muito próprio da civilização oriental reside na sua escrita e no seu idioma; a escrita chinesa é baseada em símbolos que representam ideias (ideogramas), objectos, sentimentos, etc., o que se revela bastante interessante. Existem cerca de 15.000 ideogramas, o que a torna das escritas mais difíceis de aprender. O mandarim é o dialécto mais falado na china, existindo, porém, outros como, por exemplo, wu, dialéctos min, jin, xiang, keija, entre vários outros.
As artes revelam-se também um factor importante no conhecimento profundo de uma cultura. No caso na China, verifica-se que a sua arte se revela extremamente complexa e de difícil abordagem e compreensão. A estética da sua arte é baseada no simbolismo ideológico, assim como na extrema antiguidade, fundamentando-se nas crenças mágico-religiosas. Denota-se, por exemplo, nos célebres jarros chineses, que me chamaram logo a atenção e que foram uma das suas primeiras formas de arte, as cerâmicas pintadas e a arte em seda; os pintores chineses destacam, nas suas telas, as belezas naturais da China (paisagens, animais) e aspectos mitológicos, fundamentais na sua cultura.
Os chineses contribuíram, também, de forma significativa, para o desenvolvimento do conhecimento em todo o mundo; as suas principais invenções são o papel, a pólvora, o leme de navegação, o estribo, a bússola, coisas que a maior parte das pessoas desconhecem que foram criadas por este povo.
O estudo de uma étnia passa também pelo seu potencial gastronómico; confesso que acho imensa piada aos pauzinhos que os chineses utilizam como talheres, que são chamados de hashi ou fachi. A palavra em mandarim que designa os pauzinhos traduz-se por "objectos de bambu para comer rapidamente". Sendo originários da China antiga, foram, no entanto, profusamente utilizados em todo o este asiático. São célebres entre os ocidentais, pelo facto de ser extremamente complicado para nós utilizá-los. Quanto aos alimentos, os chineses utilizam muitos ingredientes, molhos (shoyu é o mais conhecido) e temperos na sua culinária. O arroz, peixe, carnes vermelhas, broto de bambú e legumes são utilizados em diversos pratos. Uma espécie de biscoito, fino e crocante, o rolinho primavera, é um dos alimentos chineses mais conhecidos no Ocidente e também uma coisa que desejaria não ter experimentado. Outros alimentos consumidos pelos chineses são a carne de cobra, escorpião, besouros e cavalo-marinho, o que, para nós, ocidentais, se revela extremamente repugnante.
Terminada a minha odisseia por este país, de carácter tão próprio e exótico, penso que reúni aspectos fundamentais para conceber uma primeira obra rica e coesa, que se revelará bastante interessante e importante no seguimento da minha carreira. Pessoalmente apreciei e desfrutei bastante do país e espero voltar futuramente.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Uma experiência internacional, China

Chamo-me Daniela, tenho 22 anos e ando a tirar o curso de Línguas e Culturas Orientais na faculdade, como estágio, foi-me proporcionado uma experiência internacional, visitar a China, um grande desafio.
O mais importante desta viagem é o facto de conviver com uma realidade cultural muito diferente da que estou habituada desde muito nova. Ao longo deste relatório irei fazer referência a situações e costumes típicos de uma cultura chinesa.
Fui acolhida numa família xangainesa, bastante agradável e hospitaleira.

O primeiro contacto que tive com a cultura chinesa começou pela 1º refeição servida, o pequeno almoço, constituído por uma larga variedade de comida frita, sopas e ovos.
Os horários das refeições também são um pouco diferentes: o almoço será às 11horas e o jantar às 18horas. Quando chego do trabalho, por volta das 18, encontro a família à mesa, com os pauzinhos na mão (kuaize), à minha espera para começar a comer. O arroz branco, cozido a vapor numa panela especial, é a base da comida, acompanhado por diversos pratos de comida frita. Incrivelmente, actos como arrotar são costumes que nos podem chocar, mas que fazem parte da cultura chinesa.
Em Xangai amanhece bastante cedo, por volta das 4 horas da manha.
Aos fins de semana a família levanta-se por volta das 6 horas e vai passear para o parque.
A família é um dos aspectos mais valorizados pela cultura chinesa, Os pais guiam a vida dos filhos até bastante tarde, mas também tomam conta dos netos durante semanas e no fim das suas vidas esperam que os filhos cuidem deles.
Vivemos num apartamento com três quartos e duas salas. Objectos de carácter electrónico, como computadores, televisões,..., são uma realidade e estão por todo lado.


Nas ruas, há emensa gente por todo o lado, é uma autêntica correria diária, um outro aspecto interessante é o tipo de roupa que é usado.
Um aspecto com o qual fiquei admirada foi o facto de os chineses não expressarem o que sentem em público, até mesmo quando se cumprimento, não se beijam nem se abraçam.
No entanto O povo chinês é trabalhador e inteligente, gente hospitaleira e amável que brinda toda a sua cultura aos visitantes que chegam ao país.
Enfim…posso dizer que foi uma grande experiência. Não só aprendi algo mais sobre a cultura chinesa, mas também tive oportunidade de viver com pessoas extremamente bondosas e delicadas, sempre prestáveis…
Senti-me em família.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009



sistema nervoso periférico
O Sistema Nervoso Periférico é constituído pelos nervos e gânglios nervosos e sua função é conectar o sistema nervoso central às diversas partes do corpo humano.



sistema nervoso central
desempenha essencialmente as tarefas associadas ao processamento e coordenação das informações.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Resumo da aula do dia 20 de Outubro

Na lição número 16, a ante-penúltima aula antes da ficha de avaliação, fizemos um breve esclarecimento de dúvidas antes de a Professora Diana nos dar alguns apontamentos importantes para o teste.
Inicialmente, o Ricardo pediu para a professora falar da genética e assim foi; a professora explicou-nos que o genótipo de cada indivíduo já traz a característica da sua inteligência definida - inteligência de nível médio - e que nós, dependendo do meio em que estivermos, é que construímos o fenótipo com uma das seguintes características acerca da inteligência: abaixo da média, média, ou acima da média. A breve conclusão que tiramos é que o fenótipo é constituído por características só nossas e que só nós é que temos a capacidade de construi-las.
Após este breve esclarecimento, tirámos umas anotações acerca das perspectivas preformista e epigenética. Para uma melhor explicação da perspectiva do Preformismo, a professora deu-nos um exemplo começando por dizer que a passagem do genótipo para o fenótipo era semelhante à revelação de um rolo de uma máquina fotográfica antiga. O desenvolvimento do organismo corresponderia ao processo que se utiliza para a revelação das fotos e o fenótipo seria a foto já revelada. Também para o preformismo, as características de um ser já estão predefinidas e o meio pouco participa na transcrição fenotípica. Para a perspectiva epigenética, a professora deu como exemplo a nossa linguagem para explicar que nesta tese defendem que a passagem do genótipo ao fenótipo se faz entre o património genético e as influências ambientais, ou seja, somos geneticamente programados para falar, mas não para ladrar, pois é um limite imposto pelo nosso código genético. E mesmo podendo falar, só o fazemos na nossa língua, e se o fazemos noutras línguas é porque nos ensinaram, pois o humano não nasce com as várias línguas ensinadas no seu código genético.

Resumo das aulas dos dias 14 e 15 de Outubro

Nos passados dias 14 e 15 de Outubro estudamos o que nos torna especificamente humanos, o bipedismo: a posição erecta ou vertical como forma típica de locomoção e o desenvolvimento cerebral: expansão e especialização do cérebro.

O ser humano é portador de uma imensa capacidade de aprendizagem e de adaptação que se designa por Neotenia. É um processo evolutivo do qual resulta, nos seres humanos, uma capacidade de aprendizagem que se prolonga por toda a vida. A Neotenia traduz uma “falta de acabamento” que prolonga o período de infância e de adolescência e, permite o desenvolvimento adequado das estruturas cerebrais complexas e o desenvolvimento da inteligência. Exprime também uma enorme plasticidade e flexibilidade do nosso património genético, que o torna aberto às influências culturais e ambientais. De uma forma muito resumida, e “traduzindo” à letra, Neotenia significa “manter a juventude”. Como exemplo de um aspecto Neoténico que influencia o nosso comportamento temos curiosidade, pois, e citando as palavras da professora «Somos seres dotados de uma curiosidade natural permanente»

O bipedismo – a marcha vertical ou erecta – provocou: mudanças na curvatura da coluna, o reforço da bacia, o aumento da espessura da medula espinal, para controlar melhor a marcha, a corrida e o acto de respirar, alterações ao nível da laringe, etc. Sem estas mudanças anatómicas seria, segundo os estudiosos da área, complicado falar do surgimento da fala.

A libertação permanente das mãos, fez com que estas substituíssem a boca como órgão de defesa, ataque e de trabalho e, tornou possível a invenção de uma grande quantidade de objectos. Também permitiu o desenvolvimento cerebral, pois quanto maior for a perícia na manipulação de objectos, maior será a capacidade de idealizar e fabricar tais objectos.

Não somos só o que somos devido à nossa evolução biológica. De facto, a própria evolução desencadeou o aparecimento daquilo que nos distingue dos outros animais e marca a nossa especificidade, isto é, a cultura. Este é o principal factor humanizador que deu origem à história humana.

Em jeito de conclusão, e na minha opinião, a adaptação cultural é mais importante e que a adaptação genética. Suporto esta minha opinião no exemplo dado pela professora: «Para conseguirmos voar, não foi necessária qualquer mutação genética produtora de asas (…) a ciência e a tecnologia permitiram essa adaptação ao meio»

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Resumo da aula do dia 13 de Outubro de 2009

No passado dia 13 de Outubro de 2009, no âmbito da disciplina de Psicologia a turma do 12ºB estudou a evolução cerebral, tendo em atenção a análise das diferentes fases, desde os Australopitecos até ao Homo Sapiens Sapiens.

O ser humano faz parte do Reino Animal, pertencendo à ordem dos primatas.
A evolução cerebral conheceu 5 fazes.
Ao longo de milhares de anos o volume craniano humano tem vindo a aumentar de modo a suportar o também crescente cérebro.


Os Australopitecos , coincidem com a 1ª fase da evolução cerebral, existiram à cerca de 4 milhões de anos; são seres sul-africanos; possuíam um cérebro relativamente pequeno (entre 4oo e 500 cm³); não sabiam pensar. Estes espalharam-se por toda a África e de acordo com as exigências de cada ambiente o animal foi-se diversificando até formar novas espécies. Uma das espécies formadas foi o Homo habilis, que tinha um crânio de 650 cm3 e uma língua possivelmente mais livre que a dos australopitecos, no entanto ainda estava longe de formar uma linguagem complexa.
O Homo habilis foi o primeiro primata a produzir ferramentas.
Acredita-se numa linha evolutiva que seguia a seguinte ordem: Australopiteco, Homo Habilis, Homo Erectus, Homo Sapiens e Homo Sapiens Sapiens. O Homo Erectus surgiu à 1,5 milhões de anos. O seu volume cerebral era de mais ou menos 760 cm ³, já era capaz de imitar sons e palavras simples para comunicar com semelhantes e a sua grande conquista foi o fogo.
O Homo Sapiens possuía já um cérebro relativamente maior com cerca de 1400 cm³ e era fisicamente muito forte. E por último Homo Sapiens Sapiens que surgiu à cerca de 30 mil anos, sendo os nossos descendentes mais próximos.
Também o bipedismo e a libertação permanente das mãos foi crucial para o desenvolvimento do ser Humano. Uma vez que a marcha vertical ou erecta provocou uma série de mudanças anatómicas e sem estas alterações, julgam os estudiosos, seria muito problemático falar do surgimento da fala.
A libertação permanente das mãos foi também bastante importante na medida em que as mãos passaram a substituir a boca como órgão de defesa, de ataque e de trabalho, assim tornou-se possível a invenção de uma grande quantidade de objectos.

Ao analisar-se a evolução humana é inevitável relacionar desenvolvimento com tamanho do cérebro, já que com a frequência de utilização de ferramentas, uso de criatividade e noção de aplicabilidade na construção de novos instrumentos, era cada vez mais necessário possuir capacidades cognitivas que acompanhassem as necessidades do homem.

Novas tarefas estimulam o cérebro e permitem a sua evolução, enquanto que um cérebro melhor estimulado e consequentemente desenvolvido permite a realização de novas tarefas.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Para exercitarem os neurónios…;)

Cromossomas - são as estruturas mais importantes na célula durante a divisão celular, uma vez que são responsáveis pela transmissão da informação hereditária de geração em geração. As células de um organismo têm o mesmo nº de cromossomas (à excepção das células sexuais). O nº e a forma dos cromossomas são característicos de cada espécie, sendo designado por cariótipo.
Aqui ficam alguns cariótipos:
Cenoura - 18
Magnólia - 20
Tabaco - 48
Estrela-do-mar - 36
Peixe-dourado - 94
Galinha - 78
Cão - 78
Leopardo - 38
Gato - 38
Chimpanzé - 48
Ser humano – 46


Será que um maior nº de cromossomas implica uma maior complexidade do ser vivo?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Debate com o tema "Clonagem Humana"

Na última terça-feira dia 6 de Outubro, no âmbito da disciplina de Psicologia, o 12ºb, realizou um debate sobre “Clonagem Humana”. É um tema que actualmente provoca bastante controvérsia na nossa sociedade e devido aos seus prós e contras é também bastante polémico. Dividiu-se a turma em dois grupos: os “Contra” e os “A favor”.
Deu-se inicio ao debate, o grupo “A favor” começou por argumentar que com a clonagem os casais inférteis terão a possibilidade de ter filhos com a informação genética de um dos pais e puderam, produzir indivíduos relacionados a eles mesmos.

Os “contra” argumentaram que toda a criança tem o direito de ser única, parecida mas diferente daqueles que a trouxeram ao mundo porque cada indivíduo é exclusivo e insubstituível. Deram também um outro exemplo: um casal tem um filho clonado igual ao pai, e o casal eventualmente divorcia-se e o seu filho é fisicamente idêntico ao pai. Como é que isso irá influenciar o relacionamento destes?

Os “a favor” contra argumentaram com outra questão, as células estaminais humanas podem abrir caminho a novos tratamentos para doenças que de outra forma seriam incuráveis, tais como a doença de Parkinson, doenças cardíacas, doença de Alzheimer, paralisia, acidentes vasculares cerebrais e a diabetes. As possibilidades são infindáveis e podem permanecer por descobrir se a clonagem humana for banida.

Os “contra” não concordaram, justificaram-se com o facto de a tecnologia não estar ainda bem desenvolvida, tendo uma baixa taxa de fertilidade (para clonar a Dolly foram produzidos 277 ovos, 30 começaram a dividir-se, 9 induziram a gravidez e apenas 1 sobreviveu).

De seguida, os “Contra” argumentaram que a clonagem pode levar ao mau uso da clonagem de bebés, a fim de lucrativo, ou seja, um mercado negro de fetos pode surgir. Os “a Favor” não concordaram com a ideia, e justificaram que está nas nossas mãos evitar que se propaguem os malefícios do lucro incontrolado e que a clonagem sirva só para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

O grupo dos “Contra” consideram que a vida é uma dádiva Divina, que deveria estar além dos poderes humanos e que a clonagem de ser humanos pode ser o início para a produção da chamada raça pura, a mesma que o Hitler falava.
Por outro lado, os “a Favor” acreditam que se deixarmos que se permita que esta prática se realize iremos colher muitos benefícios.

Após a argumentação de cada uma das partes, o debate foi encerrado. Concluímos que a clonagem humana é um assunto delicado, mesmo que uma descoberta poderá trazer vantagens mas ao mesmo tempo, põe em risco a Humanidade. Acima de tudo, devemos respeitar a opinião de todos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009




''Segundo um estudo desenvolvido por investigadoras da Universidade do Minho, um em cada cinco jovens, com idades entre os 13 e os 29 anos, reconheceu ter sido vítima de comportamentos emocionalmente abusivos, apesar de a maioria "não perceber esta forma de violência como inadequada", afirmou a investigadora Carla Machado.''

As pessoas pensam sempre que este tipo de coisas só acontece aos outros mas enganam-se. Acho que é bom relembrar que a violencia no namoro é uma coisa comum e que existe em todo o lado, não é só em sitios com um mau ambiente social e com pessoas com poucos ideais de vida e com falta de respeito com os outros. Por vezes os agressores são as pessoas mais comuns de planeta e as vitimas as que mais se dedicaram ao namoro. Acaba-se por comentar que é injusto quando isto acontece porque as vitimas fazem tudo por tudo para que as coisas melhorem acreditando ilusóriamente que um dia a violencia acabe.

visitem o site: http://www.amorverdadeiro.com.pt

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Genética (aula: 29-09-2009)

GENÉTICA


Genética (do grego genno = fazer nascer) é a ciência dos genes, da hereditariedade e da variação dos organismos. Ramo da biologia que estuda a forma como se transmitem as características biológicas de geração para geração. O termo genética foi primeiramente aplicado para descrever o estudo da variação e hereditariedade, pelo cientista William Bateson numa carta dirigida a Adam Sedgewick, datada de 18 de Abril de 1905.
Os humanos, já no tempo da pré-história utilizavam conhecimentos de genética através da domesticação e do cruzamento selectivo de animais e plantas. Actualmente, a genética proporciona ferramentas importantes para a investigação das funções dos genes, isto é, a análise das interacções genéticas. No interior dos organismos, a informação genética está normalmente contida nos cromossomas, onde é representada na estrutura química da molécula de DNA.
Os genes codificam a informação necessária para a síntese de proteínas. Por sua vez as proteínas influenciam, em grande parte, o fenótipo final de um organismo. Note-se que o conceito de “um gene, uma proteína” é simplista: por exemplo, um único gene poderá produzir múltiplos produtos, dependendo de como a transcrição é regulada.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sou um ser Humano...

Sou um ser, sou alguém que parece que já viveu tanto. Vivi de paixões como qualquer pessoa, de sofrimentos, de perdas de pessoas, de momentos vazios, de momentos aconchegantes, das coisas que já vi, das coisas mais macabras que me aconteceram, que ainda hoje olho-me no espelho, reflicto de mim próprio e espanto-me com o que vejo ali no espelho, com o tempo que já passou, com o tempo que ainda tenho de viver, com as experiencias pelas quais passei, pelas coisas que senti, pelos sonhos que sonhei, pelas ilusões que cegavam, até das experiencias dos outros que eram guardadas nesta caixinha com tudo o que há de mau e de bom na vida, desde alegrias a tristezas, desde sofrimentos a gargalhadas. Ao longo da vida vou pensando no que sou ou no que posso ser, até nos actos que pratico todos os dias e no entanto não sigo regras da sociedade, nem tão pouco regras de religião da qual eu tanto detesto. Não me critiquem sem antes me conhecerem bem. Eu não sei nada, mas na vida de alguns de vós nem o nada existe, tiveram uma vida quase cor-de-rosa, com coisas de encantar, sonhos…Eu vivo a realidade, vivo vivamente… Não me digam que vivo sempre num mundo negro, não me digam que vivo sempre na tristeza, pois foi com as tristezas que aprendi muito e que me definiu o que sou.



“A vida é mesmo assim,
feita de tudo e de nadas.
Não, não façam chinfrim!
Pois é isso mesmo,
O importante é saber
seguir em frente
e não deixar de crer
que um dia
de tristeza e de revolta
são dias de alegria
e que a vida é uma reviravolta.”

Diogo Viana in Poema: Na vida: sonhos ou factos"



Vivo de tudo, mas não sou nada. Vivo de acordo com o que penso. Tenho qualidades como qualquer pessoa, tenho defeitos como qualquer pessoa, defino-me apenas por”um ser humano”. Se calhar devido ao que já vivi, sou o que sou e serei um dia o que quero ser, ajudar os outros nos seus problemas pessoais, sociais ou até quem sabe profissionais. Quero um mundo melhor, em que se possa dizer num som mais alto: “Eu estou vivo e sou muito feliz por viver neste mundo”, sem fanatismos, sem guerras, sem violência, sem hipocrisias, sem roubos, sem homicídios, sem racismos, sem escravidão, num pais quase perfeito, num pais que até é quase impossível ser assim, mas porque não tentar fazer por isso? Se as pessoas não têm este pensamento, porque então viver? Quero ser alguém a fazer isso e quererei que mais pessoas no mundo o façam sem nenhuma intenção em receber algo por isso, mas apenas por querer ver o nosso mundo a mudar, mas a mudar para MELHOR. Sou o que sou e tu?






“Sou um ser em formação, construo-me de dia para dia, de acto para acto, de experiencia para experiencia, do saber para o saber, pois a experiencia e o saber (transmitido e adquirido) fazem os Homens mais fortes, tornam-se donos da vida, da mudança e da reviravolta de comportamentos que até os mais sábios tentam compreender ou entender com alguma teoria ou pensamento. Neste momento deixo-te simplesmente remexer na tua mente e a entender o significado de todas as palavras que me caracterizam...”

Diogo Viana in Blog "Dark Think"

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Am(bia)guidade

( Na aula de 17 de Setembro, realizamos um jogo de auto-conhecimento. Um colega escrevia algo sobre nós num papel, e depois tínhamos que o ir ler para a turma, iniciando depois um trabalho de reflexão sobre o que lá estava escrito. )

A Ana escreveu para mim um agradável bilhetinho, não fosse ela das pessoas que melhor me conhece; diz ela "és uma pessoa espectacular, pode-se sempre contar contigo pois és leal, amiga, honesta e sincera. gosto muito de ti assim como és! No entanto, és um pouco teimosa, e isso nem sempre é bom."


Pensando para comigo, chego à conclusão de que isto de facto é verdade... mas faltavam alguns pormenores essenciais da minha personalidade (eu desculpo a Ana, mais tarde disse que simplesmente se esqueceu de os mencionar!). É facto que eu me preocupo com as pessoas que me rodeiam, com as pessoas de quem gosto, e tento sempre estar ao lado delas dando-lhes o meu apoio. Sou também muito teimosa, sim, sobretudo quando sei que tenho razão, mas a teimosia nem é o "problema" principal.
Eu sou de signo Gémeos, e sempre me disseram que um bom Geminiano comporta-se quase como se tivesse duas personalidades. Se olhar bem dentro de mim, vejo que lá residem a Beatriz Rodrigues Cunha Ferreira Tavares, e também a “Bruxa Cornélia”.
A Beatriz encaro-a como alguém que se preocupa com os outros, que é sensível e se interessa pelos mais diversos assuntos, sobretudo os que ultrapassam o conhecimento humano. A Beatriz gosta de ler, escrever, música, também, e é mais do tipo reservado. Odeia enfrentar uma plateia, logo odeia apresentações orais de trabalhos. No entanto é alguém simples e humilde que se preocupa mais com as satisfações básicas da vida.

Mas o meu interior sofre constantemente oscilações de humor, “troca de personagens”, e pelo mais simples pormenor, a Beatriz é substituída pela Cornélia. Sim, porque situações grandes e óbvias não me provocam tanta raiva como os pequenos pormenores, aparentemente insignificantes. Então, quando isto acontece, reparo que a Cornélia se exalta, e passo a ser encarada como alguém mau. Quem não me conhece mesmo, fica com a impressão que sou alguém mesquinho e que ajo com maldade. Realmente admito que alguns dos meus actos possam passar por maldade, mas não é esse o objectivo. A Cornélia aparece sem aviso prévio e não tenho capacidade para a controlar, daí dizerem que ajo por impulso. Sim, sou extremamente impulsiva, sigo sempre os meus impulsos, bons ou maus, deixo que o coração domine a razão. Não tenho força suficiente para exercer auto-controlo. Acabo sempre por admitir os erros e pedir desculpa, mas novamente caio no mesmo erro de deixar a Cornélia acordar. É como uma luta interior. Como o anjo a falar ao ouvido esquerdo e o diabo ao ouvido direito. Porque dentro de mim existe um turbilhão de sentimentos. Nunca sinto um sentimento sozinho, vem sempre acompanhado do seu oposto. Quando amo, sou capaz de odiar a mesma pessoa. Quando gosto duma música, sou capaz de a detestar no mesmo instante. Quando me apetece dedicar a um trabalho específico, uma parte de mim sente que esse trabalho é entediante. Nunca tive um sentimento sem o seu oposto. Apesar de tudo, acho que isso seria monótono. É aqui que vem a metáfora do anjo e do diabo, a oposição de sentimentos. No entanto, perante pequenos pormenores, o diabo ganha sempre e a Cornélia acorda. Já tive muitos problemas por causa disto, sei que não é certo e que devia mudar, mas mudar a nossa personalidade é sempre difícil, principalmente quando sinto que quase não me conheço.

A nossa maior ilusão é acreditar que somos o que pensamos ser" (Henri Amiel)


"(...) é difícil escrevermos de nós... para nós (...)"



- É muito mais fácil ceder à preguiça que sinto, e pedir ao outro que escreva por mim algo que nem eu consigo dizer, mesmo quando acho que me conheço a 100%!!!



"É muito mais fácil ceder (...)"




- É então que surgem frases que "regam" o ego de qualquer mortal, como uma jardineira que cuida das suas plantas como que sua vida dependesse disso...





[Não resiste e acaba por ceder]


"És uma pessoa de ideias próprias... uma personalidade forte... És amigo... teimoso..."

"És lindo e dos maiores orgulhos que eu poderia ter, este verão. amigo ogre, amô e amizade 4ever."

"Pedro , Pedrinho e Pedrocas gosto de ti como és , queridinho , fofinho e lindão . Te adoro Rapazinho do meu coração"

"O Pedro é um rapaz muito divertido, demasiado bem-disposto; dá-se bem com toda a gente; é simpático; é definitivamente uma pessoa porreira; quanto aos defeitos, sinceramente não sei. Uma forma de continuar a ser como ele é, é ser positivo/optimista e agradável com as pessoas."



[Começa a corar... Mas essa sensação é rapidamente substituída por uma sensação intrigante]


- Será que sou isto tudo?... Será que as pessoas que me rodeiam se deixam envolver por umas gargalhadas mais histéricas e por umas piadas pensadas vezes sem conta, planeadas simplesmente para provocar uma reacção efusiva nas massas......

[Pausa]

- Ou será que sou isto tudo?... E que todas as pessoas que me rodeiam vêem em mim mais do que um bobo sem corte à espera de risos desgarrados da sua plateia...? E será que as piadas... são palavras instantâneas de um velho comediante reformado a animar uma plateia pouco exigente....?


[pausa maior]


"Sabemos muito pouco o que somos e menos ainda o que podemos ser" (Lord Byron)


Não sei...

[Cara intrigada começa rapidamente a desvanecer-se...]

- NÃO! Sou o Pedro... só o Pedro...! Porque tenho de ser algo mais... sou apenas mais um de 6800000000 a tentar sobreviver e lutar por um lugar ao sol...! Sou eu, sem pontos, virgulas, exclamações e, sobretudo, sem interrogações....!

[Acelera o ritmo]

- Sou o rapaz de 17 anos que tenta por tudo conhecer a fundo todo o mundo, e conhecer pelo menos umas 50 línguas diferentes!... O rapaz que quer conhecer o Oriente e dar cartas na tradução e nas artes performativas!... Aquele que gosta de fotografar e não de ser fotografado e gosta de estar com amigos, de sair à noite, de sair de dia, de sair de tarde...
De sair!

[Pausa]
[Nostalgia]

- O Rapaz pequenino que um dia sonhou ser escritor... mas que desde cedo dava cartas no "showbiz"... O gordinho da cantina onde desde cedo representava os "olhinhos" de duas professoras muito distintas, desde já, demonstrando a sua flexibilidade em escolher "os amigos"!...
O Pedro já maior... o gordinho do ciclo que além de introvertido, é aquele menino que é gozado nos corredores... mas é forte!...

[Emoção]
[Desabafo]

- Nunca mostrei!... Nunca me mostrei sequer incomodado... "Resvala na couraça da minha indiferença!"... dizia a Sara Mateus!... Cresci... tornei-me em mim... o Pedro capaz de superar qualquer ofensa sem sofrer um bocadinho!... Sou eu... A pessoa divertida que o é apenas por o ser e não porque tem que esconder algo de si!... Sou eu.

- Sou eu com muitos pontos, virgulas, exclamações e, sobretudo, com muitas interrogações....!

[Fecha o pano e o actor sai pela direita alta]

Uma reflexão sobre mim...



Eu sou uma rapariga responsável, que gosta de se divertir, no entanto quando tenho de assumir uma atitude mais séria faço-o sem problemas; sou empenhada, ou pelo menos tento fazer tudo correcto; não gosto de conflitos, de confusões, sou bastante passiva; gosto de ajudar e partilhar, sejam elas pessoas diferentes, não tolero discriminações; sou amiga do meu amigo, gosto de ter alguém com quem conversar sobre qualquer coisa e quero que os outros sintam o mesmo ao saber que estou aqui para os ouvir e ajudar; em contrapartida sou uma pessoa muito “fechada”, no topo dos defeitos está a insegurança e a falta de auto-estima e com isto é por vezes difícil transmitir como é que afinal sou e como é a minha vida,; não gosto de falar sobre o que sinto, sou daquele tipo de pessoa que ouve, vê e sente mas guarda tudo para ela mesmo; não dou a entender se estou com problemas, a minha reacção é rir e olhar em frente, quando tenho de chorar faço-o sozinha; e às vezes transmito uma ideia de que sou uma “pedra”, na medida em que nada me afecta, mas afinal de contas também tenho sentimentos, bons e maus momentos mas guardo-os para mim.

E como não fujo à regra, sou teimosa e preguiçosa, mas acabo sempre, ou quase sempre, por fazer aquilo que me pedem.
“Esta” insegurança de que tanto falo está um pouco relacionado com os complexos que tenho de mim mesma, isto vai de encontro com a elevada preocupação que dou ao que os outros pensam e dizem, e chego ao ponto de ter uma opinião própria sobre alguma coisa/tema e não a partilhar por ter receio do que os outros vão pensar, apesar de saber que esta insegurança me vai trazer alguns problemas ao longo da vida.
Agora, estou numa fase da minha vida em que a compreensão é fundamental e devo pensar que o mundo não está todo contra mim e que melhores dias virão, porque os maus momentos marcam definitivamente a nossa vida, no entanto são eles que nos fazem/ajudam a aprender e a crescer enquanto ser humano e devo tentar confiar mais nas pessoas e pensar que o que importa não é o que os outros pensam e dizem mas sim o que realmente sou e o que eu quero para mim/para a minha vida!! Porque eu sou assim!!

O reconhecimento de mim própria :D

Uma vez que ninguém escreveu a meu respeito no jogo que se
realizou na aula, eu passo a falar um bocadinho sobre mim….

Sou uma rapariga que está neste momento numa das fases mais interessantes da vida. Esta é a altura ideal para aproveitarmos a vida; conhecermos o mundo que nos rodeia; criar novos laços afectivos; mas é também o momento primordial para nos conhecermos a nós próprios, reflectirmos sobre a nossa personalidade…
Como uma jovem normal gosto de sair, de estar com os meus amigos, de conhecer, etc.… Relativamente à pessoa que sou, vejo-me como um ser divertido, honesto, humilde, companheira, sou sensível(qualquer coisa por muito simples que seja afecta, até mesmo simples brincadeiras), muito sonhadora :P, em algumas situações sou um pouco tímida e insegura (por exemplo, tenho algum receio e dificuldade em me envolver num grupo onde não conheço ninguém), sou simples, mas uma das minhas grandes qualidades e as pessoas que me rodeiam sabem perfeitamente, é que sou Amiga. Isto é, não sou capaz de ficar indiferente a um problema que afecta uma pessoa que me seja próxima; não consigo abandonar um amigo; estou sempre presente quer seja nos bons ou maus momentos…os meus amigos sabem que podem contar sempre comigo, que eu estou sempre “aqui”… Isto pode parecer que estou a ser demasiado convencida, mas não, é a realidade, porque eu vejo nos meus amigos (os que são mais próximos, com quem tenho uma ligação/relação mais cúmplice) uma segunda família, são pessoas que me ouvem, me respeitam, me ajudam, me criticam, enfim que fazem parte da minha vida…é uma das minhas características.
No entanto, não sou uma pessoa apenas com qualidades e virtudes; como qualquer ser humano tenho defeitos, e muitos deles prejudicaram-me já algumas vezes. Sou teimosa, por vezes tenho alguma falta de sentido de humor, assim como tenho também e com regularidade oscilações de humor (tanto posso estar muito bem num dado momento, como passado 5minutos já estou chateada/perturbada), preocupo-me muito com a opinião e a forma como os outros me vêm e o que pensa sobre mim, tenho grande dificuldade em aceitar elogios (quando dizem que sou bonita…) talvez por não me identificar com eles, quando tenho problemas fecho-me, não os partilho com ninguém, e é muito raro saber se algo se passa comigo, porque tento sempre passar a imagem que os que me rodeiam criaram de mim, alguém que é feliz, que anda contente….
Adoro ler; gosto muito de estar isolada a olhar para o céu, para o horizonte e pensar na vida; sou uma pessoa de ideias fixas, luto por aquilo que quero, por realizar os meus sonho e atingir os meus objectivos; e faço sempre com que as pessoas de quem gosto tenham orgulho de mim e nunca deixo que fiquem com má impressão por alguns actos inconscientes. Detesto discriminações; não gosto de conflitos nem de falsidades.
Já passei por situações complicadas que me marcam muito a minha vida, foram momentos que me fizeram crescer e permitiram-me perceber que a vida é de facto uma coisa passageira; que mesmo já para o outro lado do mundo aqueles com quem partilhei momentos e uma parte da minha vida nunca se esqueceram de mim. Hoje com a idade que tenho reconheço que tenho alguns aspectos a meu respeito que tenho de corrigir, no entanto tenho uma vida pela frente onde terei tempo de aprender com os próprios erros, e sei também que não importa aquilo que os outros pensam a meu respeito, se gostam de mim ou não; o que interessa é aquilo que eu sou, e que independentemente da opinião dos outros, EU VOU SEMPRE GOSTAR DE MIM PRÓPRIA :D

A importância das primeiras impressões no estabelecimento de relações inter-pessoais


Na terceira aula de Psicologia, realizamos um jogo, em que cada um dos alunos escrevia num papel as virtudes e os defeitos de um amigo. Depois dividimo-nos e atiramos os papéis para as devidas pessoas. Cada elemento que recebeu o papel partilhou com o resto da turma o que tinham escrito a seu respeito, e de seguida disseram se concordavam ou não, e o que tinham de fazer para corrigir o que estava mal. Esta actividade não teve como objectivo censurar a personalidade de cada um, nem a maneira de ser, foi apenas uma forma de nos ficarmos a conhecer um pouco melhor uns aos outros, e também de nos darmos a conhecer.
É necessário que exista no mundo diálogo entre todas as pessoas, quer sejam brancas, pretas, vivam em casas de luxo ou em meros bairros sociais sem condições; o ser humano não pode nem deve ser visto pelo exterior; o valor das pessoas está no seu interior, nas suas qualidades, nos seus defeitos, pois ninguém é perfeito.
A sociedade de hoje recrimina um cidadão pela roupa que veste, pelo penteado que usa, se vive num bairro problemático, etc.…não são as coisas materiais, nem o meio que nos rodeia que faz de nós boas ou más pessoas.
As primeiras impressões nem sempre correspondem ao que a pessoa é, no entanto, ainda existem, e em abundância, muitos homens e mulheres que é através das primeiras imagens que captam que formulam o seu juízo, a sua imagem em relação a um determinado ser humano. Devemos conviver, partilhar uns com os outros para que se possa conhecer o Outro e estabelecer boas relações inter-pessoais, pois só desta forma é que seremos uma verdadeira sociedade, sem falsas ideias, sem recriminações; um mundo em comunidade, uns pelos outros.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Psicologia

Do ponto de vista etimológico…
Etimologicamente, a palavra “Psicologia” deriva da junção de dois termos gregos, “psyché” (alma) e “logos” (razão, palavra, discurso lógico ou racional acerca de). Deste modo, do ponto de vista etimológico, a Psicologia não é mais que um discurso racional acerca da alma.

O mito de Psyché (alma) …
Psyché era uma jovem princesa grega de beleza rara, por quem Eros (Cupido) se apaixonou. Para a conquistar, Eros (ou Amor), filho de Afrodite (Vénus, casada com Hefesto), deusa do amor e da beleza, e de Ares (Marte), deus da guerra, prometeu-lhe felicidade eterna, em palácio sumptuoso, mas pôs uma única condição: psyché nunca poderia ver o rosto do seu amado Psyché, morta de curiosidade e mal aconselhada pelas irmãs, que estavam roídas de inveja, acendeu uma candeia para poder contemplar o esposo adormecido. Por infelicidade, deixou cair sobre ele uma gota de azeite quente. Eros acordou e, sentindo-se traído, fugiu a toda a pressa e desapareceu.
Desde então Psyché teve de suportar uma série infindável de sofrimentos que Afrodite lhe impôs pelo desaparecimento do seu filho..

Zeus achou por bem intervir, e Afrodite reconciliou-se com Psyché, tornando-a imortal e ligando-a a Eros para toda a eternidade.
Com este mito se procura explicar a imortalidade da alma.

Um outro facto curioso está relacionado com o facto de na Grécia Antiga ser frequente ver sair da boca dos mortos uma dada espécie de borboletas (com tendência a procurar abrigo em cavidades húmidas). Estas borboletas eram chamadas psyche e possivelmente simbolizavam, para os gregos antigos, a alma que deixava o corpo após a morte.

As origens históricas da Psicologia…
Apesar de ser uma ciência relativamente recente, a psicologia deu os seus primeiros passos na antiguidade clássica, na Grécia Antiga. Durante séculos a psicologia esteve intimamente ligada à Filosofia e era entendida como o estudo da alma. Aliás, a alma foi objecto de várias reflexões filosóficas por diversos pensadores da antiguidade, como Platão e Aristóteles. Contudo, é a Aristóteles que se deve aquele que é conhecido como o primeiro tratado de psicologia, intitulado “De Anima”. Os pensadores teciam brilhantes e aprofundadas considerações sobre os mistérios da alma e da consciência.
No entanto, só no fim do século XVI (1590) é que aparece o termo “psicologia, introduzido por Rudolfo Goclénio.
Só no século XIX é que a psicologia se autonomiza e se constitui como ciência.

O nascimento de uma ciência…
No início do século XIX, os fisiologistas (estudam as funções vitais dos diferentes órgãos dos seres vivos) europeus começaram a estudar o funcionamento do cérebro de animais, retirando partes do cérebro a cobaias, através de operações cirúrgicas, e observando as alterações nos comportamentos daí resultantes. Também investigaram os comportamentos de pessoas com lesões cerebrais causadas por acidentes de toda a espécie.
Na primeira metade do século XIX, pioneiros como o fisiólogo Hermann von Helmholtz e o anatomista Ernst Weber começaram a responder através das suas investigações sobre o corpo humano, a questões onde surgia pela primeira vez de forma articulada, a ligação entre a fisiologia e o comportamento. Estava assim aberto o caminho para a criação na Alemanha, em Leipzig, do primeiro laboratório de psicologia aplicada (experimental), fundado por Wilhelm Wundt (1832-1920), assistente de Helmholtz.

O objecto de estudo da psicologia…
Actualmente a psicologia é uma disciplina científica, geralmente definida como a ciência que estuda os comportamentos, quer animais quer humanos, e os processos mentais.

· Comportamento – Qualquer coisa que o organismo faz, qualquer acção que podemos observar e registar. Sorrir, falar, pestanejar, suar são exemplos de comportamento.
· Processos mentais – Experiências internas e subjectivas que inferimos do comportamento. As sensações, percepções, lembranças, sonhos, pensamentos, crenças são exemplos de processos mentais.


Objectivos da psicologia enquanto ciência…
1. Descrever – comportamentos e processos mentais.
2. Explicar – os comportamentos, o que significa identificar as suas causas.
3. Prever – comportamentos, o que só é possível através da identificação correcta das causas.
4. Controlar – as circunstâncias que causam os comportamentos, a partir da explicação e da previsão.

Em suma, a Psicologia é o estudo do organismo humano e animal em toda a sua variedade e complexidade. É a ciência que se debruça sobre o comportamento humano e animal e sobre os fenómenos psicológicos. Tem por finalidade adquirir a capacidade de fazer predições correctas acerca dos fenómenos com os quais se ocupa.