"Devemos escrever para nós mesmos, é assim que poderemos chegar aos outros!"
Eugène Ionesco

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A Arte que fala por si...


Se eu pudesse dar um outro nome a esta obra seria, provavelmente, “A liberdade do ferro”… este foi o primeiro nome que me veio à cabeça quando vi a fotografia pela primeira vez. Aqui a bailarina como símbolo de liberdade “influenciaria” a estrutura de ferro, sendo como que a liberdade presa pela gaiola.
Quando olhei para o quadro vi logo o contraste existente entre a bailarina, que se serve do movimento para viver e dança livre de perigos e preconceitos, e o arame, que se representa pela sua inflexibilidade e inércia não propositada… É quase como se o ferro tivesse inveja da bailarina uma vez que se tenta contorcer para alcançar a perfeição de um pliê ou de um andedan
A forma de”v” das pernas do “segundo plano” querem, provavelmente, dizer “vaidosa”, “vida”, “viçosa”, “vitória” sobre o indomável ferro que tenta contrair-se para se recriar enquanto artista de um palco que não muda… é o ferro… é o material que só depois de aquecido… só depois de enternecido pode ser vergado qual vara de abeto face à dureza e leveza da “balsabailarina!
No fim, o “vanguardista Lemos” talvez queira representar a dificuldade do “homem ferro” em mudar, mesmo quando olha a beleza da “mulher bailarina” à sua frente… Talvez queira ainda ir mais longe, e pretenda tratar o lado sombrio e vil da mulher que, face à inflexibilidade manifesta do homem, se comporta como um cisne em águas pouco poluídas!

No fim, podemos sempre ter a certeza que toda esta cena se passa dentro de uma moldura: talvez para guardar no sótão… talvez para recordar na futuro… E a isso, só a “mulher bailarina” e o “homem ferro” podem responder!

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