"Devemos escrever para nós mesmos, é assim que poderemos chegar aos outros!"
Eugène Ionesco

sábado, 28 de novembro de 2009

A Influência do Genótipo na Complexidade de um Ser

Genótipo define-se muito sinteticamente como: conjunto de cromossomas que constituem o núcleo de cada uma das nossas células…

Assim, e partindo do princípio que a carga genética de uma célula é fundamental para definir algumas das nossas características, podemos afirmar que o genótipo (em conjunto com o meio) define quem somos. As perguntas que aqui se colocam são: “Até que ponto é que um genótipo abundante garante um ser mais complexo?”, “Estará relacionado o desenvolvimento do genótipo com a evolução de que falava Darwin?”, “Será possível a criação de um ser cada vez mais perfeito através da manipulação das estruturas genotípicas?”… Veremos ao longo do trabalho que estas perguntas são de fácil resolução.


Quando pensamos no facto de um ser vivo ser mais completo quanto a complexidade da sua carga genética e fazemos pesquisa em relação a isso, é impossível ignorarmos casos como a samambaia e a borboleta que têm, respectivamente, 1200 e 380 cromossomas em cada célula do seu corpo; ao compararmos seres simples como a samambaia com seres tão complexos como o ser humano (que tem apenas 46 cromossomas), damo-nos conta de que realmente a complexidade de um determinado ser e o seu número cromossomático não estabelecem uma relação de proporcionalidade directa. Então, podemos desde já afirmar que a complexidade dos seres não se relaciona só com a sua complexidade genotípica; falamos então de fenótipo


O fenótipo resulta da carga genética em interacção com o meio, sendo assim, uma decomposição do conceito esquematizada seria:

Genótipo + Ambiente -> Fenótipo


Em relação à possibilidade de criar um ser humano melhor, melhorando o seu genótipo, deparamo-nos já com alguns obstáculos; mas a natureza já “se encarregou” de nos dissuadir dessa ideia: Trissomia 21

A Trissomia 21 ou Síndrome de Down não é mais do que a adição (não provocada) de um cromossoma ao genótipo de um indivíduo, daí resultando, um indivíduo igualmente complexo, mas com algumas limitações… Desta forma, está provado na prática, que um cromossoma a mais não melhora a espécie, mas limita-a… Assim, depois de todos os exemplos e provas dadas, podemos afirmar peremptoriamente que a complexidade de um ser, qualquer que seja, não se relaciona única e exclusivamente com a sua carga cromossomática!...

“Mas que não tenhamos ilusões – a nossa pesquisa ainda nos deixaria muito incapazes de alcançar a extrema complexidade dos organismos mais simples!” Dr. Ilya Prigogine

terça-feira, 24 de novembro de 2009


"Cafeína poderá ter um efeito protector no cérebro"...
Esta é uma das frases que podemos encontrar nos pacotes de açúcar actualmente distribuídos no nosso bar da escola; Estas frases remetem-nos para os efeitos benéficos do café no nosso organismo e, nomeadamente, no cérebro.
O Programa Café & Saúde, em associação com algumas marcas de café como a Buondi ou Sical, baseia-se numa série de teses científicas que indicam o café como método de prevenção e até como cura para algumas doenças das quais se destacam o cancro, (um tipo de) diabetes, doenças coronárias e hipertensão.
A bebida mais consumida no mundo inteiro é também conhecida por ser um “estimulante leve que aumenta a actividade do sistema nervoso central, resultando num estado de alerta e excitação, melhorando a performance em tarefas cognitivas que requerem rapidez ou vigilância e melhorando, igualmente, a memória". Ao que parece, a cafeína (um dos principais componentes do café), para além de excitante, é também um modo de combater doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer, sendo que na primeira, esta substância tem um efeito atenuante no que respeita à evolução da doença, e na segunda actua como um método de prevenção.
Após uma conferência de 25 dos mais prestigiados cientistas do Mundo, em Lisboa, foram descobertas estas e outras propriedades desta bebida que se pensa ter origem na Etiópia do século IX; sabe-se agora (porque foi provado entretanto) que o café melhora a memória de curto prazo e, portanto, evita perdas de vocabulário e estimula a memória visual.
Assim, como diria James Mackintosh:

"O poder da mente do Homem é directamente proporcional à quantidade de café que ele bebe!".

Se eu vivesse na China - O Diário de um Emigrante


Dia 1 (o primeiro do meu ano enquanto “estudante chinês”) – “Pedro acorda! Faltam cinco minutos!”… Levanto-me a correr na esperança de não perder a apresentação da escola aos novos alunos estrangeiros… Estou na China, “Olá Xangai!”. Levanto-me da cama com pressa e corro para a rua! Está calor! Ajuntamentos de pessoas de olhos rasgados atropelam-se para o trabalho; não há carros e as ruas são antes ocupadas por bicicletas e vendedores ambulantes que vendem das coisas mais estranhas! A Sara avisou-me para eu vir uma semana antes para conhecer o sítio, mas não tive tempo e o dia de ontem, usei-o para desfazer as malas, ambientar-me ao quarto e à casa e ouvir algumas recomendações dela! Passo pelo famoso mercado de cão… “Que nojo!”, a oferta é variadíssima e vai desde cães vivos, criados para alimento, cães servidos em pratos numa qualquer receita sem esquecer as partes de cão cruas vendidas num espaço alheio às condições de higiene… “Espera pela ASAE!...”. Ao chegar à universidade deparo-me com um edifício com estranhas semelhanças com o estilo Europeu… Evito falar, tenho medo do comunismo chinês – alguns anos de imperialismo ainda podem ter reminiscências… O povo chinês é muito conservador.
A apresentação da escola é feita e tomo contacto com outros “erasmus”, nomeadamente dois de nacionalidade portuguesa; estou excitadíssimo, mas tenho de voltar… Agora vou poder ver um pouco mais do que é a China, visto que já é possível “andar” na rua; “a política do filho único não deve ter chegado a esta parte da China!”, existem ainda montões de crianças a brincarem com bolas e a correrem umas atrás das outras, sendo que muitos deles são mulheres! A população deste país representa cerca de um quinto da população mundial total representando 1,35 biliões! Então é permitido aos casais chineses ter no máximo um filho nas áreas urbanas e dois nas áreas do interior, e deve ser dada prioridade aos homens, uma vez que “são estes que cuidam das pessoas mais velhas, nomeadamente dos seus pais, e é nestes que se encontra o nome que será o nome de família”. “Pensei que as pessoas falavam mandarim aqui!”, teoricamente é a língua oficial da China, porém é normal que, numa cidade tão concorrida como Xangai, exista uma mistura cultural que representa grande parte do território chinês; O mandarim, com o cantonês, o sichuanês e o hakka, constituem as línguas faladas neste país.
Passo pela estátua honorária a Confúcio (551 a.C. – 479 a.C.) o grande filósofo chinês! Neste país a espiritualidade aliada à filosofia tem um papel primordial e adjacentes estão o Confucionismo, Taoísmo e Budismo. A estátua marca uma biblioteca, o que faz sentido, uma vez que a literatura chinesa é baseada em textos filosóficos ou poéticos.
O mercado, novamente, agora atrevo-me a entrar e descubro uma variedade enorme de especiarias “Os portugueses vinham cá buscar as ervinhas!”, a arte da gastronomia chinesa não ficaria completa sem estas ervas moídas ou não sendo que estes recursos são igualmente importantes na medicina que está em muito ligada às plantas medicinais, sendo que os chineses em geral preferem medicinas tradicionais à medicina convencional, então sãos os inventores de técnicas como a acupunctura.

O mercado está munido de colunas, o que não é de admirar pois em termos de tecnologia este país está na vanguarda de tudo o que é novo, dispondo de um grande investimento a nível tecnológico: “Estas de certeza que são made in China!”; as crianças ajudam os pais a servir o cliente que está à minha frente num mercador de doces, o trabalho infantil ainda acontece e a escravatura é também uma realidade! Chega então a minha vez, as escolhas são muitas: chupas de escorpião, larvas salteadas em mel, formigas fritas no pão, escaravelhos caramelizados; enfim, acabo por escolher alguns de cada para experimentar!... “Se tiver coragem!”. A gastronomia chinesa (bem como de toda a Ásia) é no mínimo peculiar… A maior parte dos pratos são feitos à base de galinha, com amêndoas, nozes, pimenta, malaguetas, caju… uma variedade de acompanhamentos como o famoso arroz xau-xau.
Acabo por chegar a casa carregado com algumas iguarias e um papel onde está impresso o contacto de uma escola de técnicas de autodefesa!... Estas técnicas foram desenvolvidas aqui… e aperfeiçoadas até se tornarem artes marciais como o karaté.

“Mal posso esperar por amanhã, de certeza que irei adorar esta experiência de descoberta constante num dos países mais interessantes que existe no Mundo!”

sábado, 21 de novembro de 2009

Relatório da Aula

Nas passadas aulas de Psicologia B, dos dias 10, 11, 12 de Novembro, começamos a leccionar um novo tema respeitante á Cultura, que constitui os factores fundamentais no processo do tornar-se Humano.
A construção do ser humano tem uma base biológica hereditária que nos torna parecidos enquanto seres da mesma espécie, competências como o bípedismo, a destreza manual e a utilização da linguagem para comunicação e a inteligência é o que nos torna um ser complexo, mas esta complexidade e competências desenvolvem-se com o convívio com outras pessoas, sem este convívio em sociedade não seriamos capazes de nos construirmos como seres humanos. É no convívio em sociedade que captamos crenças, ideias, costumes, sentimentos e tradições, que formam a nossa cultura.
Por exemplo, se vivêssemos como uma criança selvagem e tivéssemos de nos adaptar a um novo meio, em sociedade, a nossa adaptação a um convivo humano não teria o mesmo sucesso e poderíamos até ficar prejudicados com essa mudança de meio, o que revela que o meio onde crescemos e convivemos é deveras um dos pontos mais importantes para a formação de uma cultura pessoal.
Relacionado com este tema, visionamos o filme “Páginas de Liberdade” que além de abordar a realidade americana, tem presente questões raciais levadas ao extremo, as grandes diversidades culturais numa turma leva a um combate entre gangs de diferentes etnias, pois as crenças e condutas com que cada uma das diferentes raças se depara, originam estas atitudes racistas entre colegas. A persistência da professora para que as diferentes raças/alunos convivam entre si em harmonia e amizade para conhecerem realidades alem das deles, faz com que se tornem pessoas melhores e virem as costas á criminalidade, formando-se assim em cada um, uma cultura distinta com aceitação pelo diferente e uma riqueza própria.
Depois da correcção dos textos feitos pelos alunos, onde estes referenciavam as diferenças culturais entre a China e Portugal, a professora Diana Tavares, mostrou-nos o excerto de um documentário sobre a China, intitulado como “Salas da Morte”. Neste documentário vemos uma realidade degradante da China, onde a lei do filho único e a preferência pelo filho homem, faz com que o sexo feminino sofra horrores que levem á sua morte prematura.
Sendo o sexo feminino o mais rebaixado da China, as raparigas que não são mortas á nascença acabam por ser abandonadas em supostos orfanatos, onde permaneciam amarradas dias a fio, sem se poderem mexer e quem sabe até sem comer, o que as levava á morte em situações sub-humanas.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O que é a cultura?

A Pobreza

Uma breve história da minha vida...

Era eu um rapaz de cinco anos, quando os meus pais morreram num acidente rodoviário, eu não tinha mais família e mandaram-me para uma instituição. Quando um dia, tinha eu na altura dez anos, recebi a notícia de que eu iria ser adoptado por um casal chinês e que estavam prestes a me virem buscar. Chorei aos gritos, pois a ideia de ir para outro país com dois estranhos, deixando para sempre os meus grandes amigos e as assistentes sociais de quem gostava muito, era assustadora, o meu coração parecia que me iria sair pela boca. Ainda por cima, disseram-me que na China comiam-se rãs, cães, gatos, enfim, coisas nojentas.

Chegou o momento de eles me virem buscar, da janela do meu quarto vi o táxi com o casal chinês a sair do táxi, abraço fortemente os meus amigos, pego nas minhas malas e despeço-me deles, com as lágrimas a caírem-me da cara. As assistentes levam-me em direcção ao casal, à minha nova mãe com o nome de Zhang e ao meu novo pai chamado Jing, aperto cada uma das minhas mãos com medo, vejo o tal casal a sorrir para mim, olham-me como se eu fosse um bebé, despeço-me das assistentes, digo adeus a tudo e fixo bem na minha mente, aquela imagem do que era o “centro” e o que significava para mim.

No aeroporto de Lisboa, ainda o avião não tinha levantado voo, e eu ainda estava a olhar para tudo e para todos, parecia-me outro mundo, tudo para mim era novo, olhava admirado para os aviões, pela janela do avião, a chegarem, outros a partirem, e os meus novos pais sempre a falarem comigo, para meu espanto sabiam falar português e eu acanhado falava pouco, falavam sobre o emprego deles, sobre o que gostavam, já eu, falava sobre os meus gostos, sobre os meus amigos de Portugal, etc… O meu pai era dono de uma fábrica e a minha mãe era médica.

Chegado ao aeroporto de Xangai, abri a boca de tanta admiração, vi a enorme quantidade de pessoas à minha volta para onde quer que eu olhasse, a ultrapassarem-se, a empurrarem-se, pareciam formigas, tudo “aninhado”. Jing e Zhang me levavam para a minha nova casa, era um apartamento com 10 andares situada no centro de Xangai, disseram-me também que a cozinha em algumas casas era um lugar bastante gorduroso, mas que na minha nova casa era mais limpa, até porque a Zhang preocupava-se muito com a limpeza, tinha também 2 quartos e 2 salas e o ar condicionado, os computadores, os telemóveis e os televisores planos, estão por todo o lado, mas é curioso verificar que toda esta tecnologia, convive com formas mais antigas de viver. Por exemplo, neste momento, como é verão, todos os sofás estão cobertos de esteiras de bambu, inclusive, Jing e Zhang dormem sobre essas esteiras porque crêem que são mais frescas.

Um facto curioso é a forma de estender a roupa depois de lavada: a roupa é directamente colocada em cruzetas no estendal e que depois são arrumadas no armário. Não se usa ferro de engomar.
Um outro facto curioso que vi nas ruas de Xangai foi: os rapazes transportarem a carteira das namoradas, pois (pelo que os meus pais explicaram) “as jovens são frágeis e devem ser bem cuidadas”. Crenças!!

Nesse dia, eram já 18 horas e eu encontrava-me na minha nova casa, a observar para “tudo o que era canto” até que ouço os meus pais a chamarem-me para ir jantar, quando chego à mesa, para minha surpresa, encontrava-se arroz branco cozido a vapor numa panela especial, que é base da comida, acompanhado por diversos pratos de comida frita: vegetais e tofu, partes estranhas de animais, caracóis e peixe. E ainda por cima comia-se tudo por pauzinhos, por isso cheguei a atirar comida para o chão, por não estar habituado a esta maneira complicada de comer. Os meus pais explicaram-me que a cultura chinesa considera o uso de facas e garfos à mesa como uma coisa bárbara, uma vez que esses, são vistos como armas. A princípio foi difícil de aceitar este tipo de comida, mas depois pouco a pouco lá consegui comer, tornou-se um hábito. Apesar de que cuspir os ossos para cima da mesa ou arrotar são costumes que nos podem chocar, mas que fazem parte da cultura chinesa. Depois do jantar, Jing recolhe a mesa e todos nós nos sentamos no sofá, em frente do LCD, cada um com o seu computador. No computador, vêem-se filmes e joga-se na bolsa.
Jogar na bolsa é muito comum na China, inclusive entre as pessoas mais velhas.

Em Xangai amanhece as 4h da manha, acordei logo com a claridade do dia, ainda tentei durante algumas horas dormir outra vez, mas foi em vão, não consegui.
Tomei o meu primeiro pequeno-almoço da China, a mesa possuía uma larga variedade de comida frita, sopas e ovos. Foi impossível para mim, comer tais coisas ao pequeno-almoço, daí ter pedido à Zhang para ir me comprar sumo de laranja, pão e geleia de morango. Foi o que pedi daí para a frente para todos os pequenos-almoços.

Tive o meu primeiro dia de aulas, foi difícil complicado ter amigos nos primeiros dias, visto ser o única pessoa a falar português na minha turma, não entendia nada do que os outros falavam, nos intervalos, sentava-me à beira das salas e apenas ouvia música e desenhava, distante de tudo, afogado nos meus pensamentos. Ao fim de uma semana, estava eu num momento desses e sentou-se uma rapariga à minha beira, que falava um bocado português. Por esse facto, ela poucos dias depois foi transferida para a minha turma e por ai adiante ajudou-me a perceber o que os meus professores falavam e também estudava comigo. Chamava-se Lan e tinha pai português e mãe chinesa, daí saber falar um pouco português (o suficiente para se perceber).

Era já fim-de-semana, e os meus pais levantaram-se por volta das 6 horas e acordaram-me, pois iríamos nesse dia passear para o parque. Os parques na China são locais de diversas actividades desde o início do dia: tai chi, danças de salão, badmington, karaoke, jogos de cartas, lançar papagaios, praticar artes marciais…enfim há actividades para todos os gostos. São hábitos que fazem parte da vida quotidiana da China. E os jantares ou os almoços em restaurantes com amigos ou colegas de trabalho raramente se proporcionam, daí termos vindo almoçar a casa nesse dia.

Em Xangai, depois de tantas noites a olhar para a rua a pensar nos amigos que tinha em Portugal e em toda a minha vida, reparei que os prédios surgem (e desaparecem) do dia para a noite, o trânsito parece dobrar toda a semana e a cidade se agita. Isso tudo é Lujiazui, que forma uma península numa curva do rio Huangpu, que vira do norte fluente ao Leste fluente. Na margem leste do rio Huangpu, chamada de Pudong está a Manhattan chinesa, uma floresta de arranha-céus, todos construídos nos últimos dez anos. Os meus pais disseram-me que, antes disso, tudo era uma área rural. Aí se pode encontrar a Oriental Pearl Tower e o Jinmao Tower, sendo os edifícios mais altos de Xangai.
Em frente à Lujiazui está o Bund, um velho distrito financeiro e de negócios de Xangai com antigos bancos, casas de comércio e hotéis, onde se pode encontrar o Peace Hotel e o antigo prédio do HSBC (hoje Pudong Development Bank). A história de Xangai bem como os monumentos de Xangai está reunido no Museu da História de Xangai, da qual visitei e adorei. Sítios como estes são magníficos, eu ficava parvo a olhar para aquilo.

Acho que pouco a pouco, me senti um chinês, era um sítio agradável, apesar da grande diferença de culturas, tudo era magnífico, fiquei mesmo sem palavras.

Hoje penso que a minha vida estabilizou-se na China, os meus pais são super atenciosos comigo, já que a família (pelo menos em Xangai) é um valor muito importante e característico. Quanto a Portugal, um dia matarei saudades dos meus amigos e das assistentes sociais, mas estarei em Portugal apenas de visita, por enquanto comunicarei com eles pela internet, como tenho feito até aqui.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Relátorio do Filme "Freedom writers"

Relatório do filme “Freedom Writers”


O filme ‘’Escritores da Liberdade’’ (Freedom Writers) é baseado em factos reais, transmite uma mensagem humanista e mostra como é possível transformar a vida das pessoas que já não acreditam nelas próprias.
O filme conta a história de uma professora novata que luta contra um sistema de preconceitos e estereótipos, valorizando alunos de diferentes etnias. Ela promove a integração dos diversos grupos e incentiva a leitura e expressão de sentimentos dos seus alunos.
As mudanças de comportamento incentivadas pela professora Erin Gruwell, na sua turma, demonstram como um comportamento assertivo é capaz de causar transformações para melhoria de vida de um indivíduo. Ora isso irá desencadear um conjunto de novos comportamentos que possibilitarão ao indivíduo modificar as condições em que vive. Os alunos de Erin Gruwell estavam habituados a lidar com a realidade pela via da violência, mas aprenderam que é possível lidar com ela através da comunicação, de uma forma pacífica. No início do filme, os alunos olham-se de forma desigual uns com os outros, daí os conflitos que se foram originando, quer entre eles, quer com nova professora; até ao momento, estes jovens careciam de alguém que neles fomentasse os sentimentos de auto-estima, responsabilidade e auto-observação. É evidente que, até à chegada desta professora, a vida dos alunos havia sido repleta de revolta, ódio e punição; ela foi capaz, contudo, de alterar a perspectiva dos seus alunos, mostrando e valorizando o potencial de cada um, estimulando a sua auto-estima, incentivando-os e motivando-os à luta por uma nova vida, através da mudança de atitude. A professora apercebe-se das dificuldades enfrentadas pelos jovens, ao longo da sua vida, causadoras da sua personalidade arrogante e auto-defensiva. Decide, então, inovar seu método de ensino de forma a incentivá-los a apresentarem uma postura mais pertinente e atenta.
Ela decide oferecer um caderno a cada aluno, que funciona como um diário, no qual podiam escrever acerca dos conflitos nas suas vidas, assim como as suas esperanças e desejos mais profundos. Isso promove, nos adolescentes, o sentimento de auto-observação, já que passam a escrever sobre sí, analisando-se interiormente. Erin Gruwel incita, também, à leitura do “Diário de Anne Frank”, como tentativa de cultivar, nos alunos, o respeito mútuo, assim como a tolerância, para que conflitos possam ser evitados.
A certo momento, Erin Gruwel propõe que os diários dos adolescentes sejam transformados em livro, reforçando a ideia de apoio, incentivo e correcção, valorizando o que foi por eles escrito.
Em suma, a chegada da professora trouxe uma nova esperança à vida daqueles jovens, que, até então, viviam em condições degradantes, envolviam-se em gangues, etc. Ela abriu-lhes a porta do conhecimento e da cultura, demonstrando-lhes o seu verdadeiro valor e estimulando a livre expressão, de uma forma saudável. Foi o nascer de uma nova vida.

Se eu vivesse na China...

Se eu vivesse na China...


O meu nome é Ricardo Silva, tenho 24 anos e formei-me recentemente na área da Etnologia; a minha área consiste no estudo de grupos étnicos ou sociedades vivas, observando e registando, exaustivamente, as suas características, comportamentos, costumes, crenças e cultura.
Para a elaboração da minha primeira obra de estudo decidi deslocar-me ao outro lado do mundo, para analisar a população oriental chinesa. Sendo a sua cultura o berço de uma das civilizações mais antigas e complexas, cobrindo uma história de mais de 5 mil anos, a China cobre uma vasta região geográfica com hábitos, costumes e tradições que variam bastante entre províncias, cidades e povoações chinesas, apresentando uma importante diversidade cultural e, constituíndo, por isso, um interessante objecto de estudo.
Existiram muitos grupos étnicos na China. Em termos numéricos o grupo preponderante é o Han Chinês. Ao longo da história, muito grupos étnicos foram assimilados nos seus hábitos e culturas ou desapareceram sem deixar traços.
Um dos aspectos que comecei por analisar foram os hábitos, e costumes, assim como os valores deste povo. Constatei que maioria dos valores sociais na cultura e hábitos chineses derivam do Confucionismo e Taoísmo, isto é, as religiões predominantes no país, consideradas filosofias de vida, mas que coexistem igualmente com Budismo, Islamismo e Cristianismo.
Descobri que a cultura chinesa está fortemente ligada ao culto do espíritual e da mitologia. Os chineses fazem uso dos métodos divinos para responder a questões que não podem ser explicadas e até servem como alternativa à medicina. Aliás, muitas da histórias mitológicas e religiosas deram origem a feriados tradicionais chineses, o que me chocou bastante.
Algo muito próprio da civilização oriental reside na sua escrita e no seu idioma; a escrita chinesa é baseada em símbolos que representam ideias (ideogramas), objectos, sentimentos, etc., o que se revela bastante interessante. Existem cerca de 15.000 ideogramas, o que a torna das escritas mais difíceis de aprender. O mandarim é o dialécto mais falado na china, existindo, porém, outros como, por exemplo, wu, dialéctos min, jin, xiang, keija, entre vários outros.
As artes revelam-se também um factor importante no conhecimento profundo de uma cultura. No caso na China, verifica-se que a sua arte se revela extremamente complexa e de difícil abordagem e compreensão. A estética da sua arte é baseada no simbolismo ideológico, assim como na extrema antiguidade, fundamentando-se nas crenças mágico-religiosas. Denota-se, por exemplo, nos célebres jarros chineses, que me chamaram logo a atenção e que foram uma das suas primeiras formas de arte, as cerâmicas pintadas e a arte em seda; os pintores chineses destacam, nas suas telas, as belezas naturais da China (paisagens, animais) e aspectos mitológicos, fundamentais na sua cultura.
Os chineses contribuíram, também, de forma significativa, para o desenvolvimento do conhecimento em todo o mundo; as suas principais invenções são o papel, a pólvora, o leme de navegação, o estribo, a bússola, coisas que a maior parte das pessoas desconhecem que foram criadas por este povo.
O estudo de uma étnia passa também pelo seu potencial gastronómico; confesso que acho imensa piada aos pauzinhos que os chineses utilizam como talheres, que são chamados de hashi ou fachi. A palavra em mandarim que designa os pauzinhos traduz-se por "objectos de bambu para comer rapidamente". Sendo originários da China antiga, foram, no entanto, profusamente utilizados em todo o este asiático. São célebres entre os ocidentais, pelo facto de ser extremamente complicado para nós utilizá-los. Quanto aos alimentos, os chineses utilizam muitos ingredientes, molhos (shoyu é o mais conhecido) e temperos na sua culinária. O arroz, peixe, carnes vermelhas, broto de bambú e legumes são utilizados em diversos pratos. Uma espécie de biscoito, fino e crocante, o rolinho primavera, é um dos alimentos chineses mais conhecidos no Ocidente e também uma coisa que desejaria não ter experimentado. Outros alimentos consumidos pelos chineses são a carne de cobra, escorpião, besouros e cavalo-marinho, o que, para nós, ocidentais, se revela extremamente repugnante.
Terminada a minha odisseia por este país, de carácter tão próprio e exótico, penso que reúni aspectos fundamentais para conceber uma primeira obra rica e coesa, que se revelará bastante interessante e importante no seguimento da minha carreira. Pessoalmente apreciei e desfrutei bastante do país e espero voltar futuramente.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Uma experiência internacional, China

Chamo-me Daniela, tenho 22 anos e ando a tirar o curso de Línguas e Culturas Orientais na faculdade, como estágio, foi-me proporcionado uma experiência internacional, visitar a China, um grande desafio.
O mais importante desta viagem é o facto de conviver com uma realidade cultural muito diferente da que estou habituada desde muito nova. Ao longo deste relatório irei fazer referência a situações e costumes típicos de uma cultura chinesa.
Fui acolhida numa família xangainesa, bastante agradável e hospitaleira.

O primeiro contacto que tive com a cultura chinesa começou pela 1º refeição servida, o pequeno almoço, constituído por uma larga variedade de comida frita, sopas e ovos.
Os horários das refeições também são um pouco diferentes: o almoço será às 11horas e o jantar às 18horas. Quando chego do trabalho, por volta das 18, encontro a família à mesa, com os pauzinhos na mão (kuaize), à minha espera para começar a comer. O arroz branco, cozido a vapor numa panela especial, é a base da comida, acompanhado por diversos pratos de comida frita. Incrivelmente, actos como arrotar são costumes que nos podem chocar, mas que fazem parte da cultura chinesa.
Em Xangai amanhece bastante cedo, por volta das 4 horas da manha.
Aos fins de semana a família levanta-se por volta das 6 horas e vai passear para o parque.
A família é um dos aspectos mais valorizados pela cultura chinesa, Os pais guiam a vida dos filhos até bastante tarde, mas também tomam conta dos netos durante semanas e no fim das suas vidas esperam que os filhos cuidem deles.
Vivemos num apartamento com três quartos e duas salas. Objectos de carácter electrónico, como computadores, televisões,..., são uma realidade e estão por todo lado.


Nas ruas, há emensa gente por todo o lado, é uma autêntica correria diária, um outro aspecto interessante é o tipo de roupa que é usado.
Um aspecto com o qual fiquei admirada foi o facto de os chineses não expressarem o que sentem em público, até mesmo quando se cumprimento, não se beijam nem se abraçam.
No entanto O povo chinês é trabalhador e inteligente, gente hospitaleira e amável que brinda toda a sua cultura aos visitantes que chegam ao país.
Enfim…posso dizer que foi uma grande experiência. Não só aprendi algo mais sobre a cultura chinesa, mas também tive oportunidade de viver com pessoas extremamente bondosas e delicadas, sempre prestáveis…
Senti-me em família.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009



sistema nervoso periférico
O Sistema Nervoso Periférico é constituído pelos nervos e gânglios nervosos e sua função é conectar o sistema nervoso central às diversas partes do corpo humano.



sistema nervoso central
desempenha essencialmente as tarefas associadas ao processamento e coordenação das informações.