"Devemos escrever para nós mesmos, é assim que poderemos chegar aos outros!"
Eugène Ionesco

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Correcção do teste

"Falámos de cultura, mas não há uma cultura. Há, sim, várias culturas. A variedade cultural resulta de uma característica tipicamente humana."

A cultura resulta de um conjunto de normas e condutas assentes num grupo de crenças de um determinado povo ou região. Todos os nossos actos são influenciados por cultura, e , os mesmos actos, fazem parte desta cultura, que resulta de uma interacção de várias atitudes que foram desenvolvidas pelo Homem ao longo dos anos, no seu percurso evolutivo.
o ser humano adapta-se - é neoténico - e a adaptação relaciona-se, muito particularmente do meio onde é desenvolvida; assim, uma criança que nasça num meio selvagem evoluirá só até ao estritamente necessário para a sobrevivencia: " (...) incapazes de permanecerem de pé, caminhavam a quatro patas, apoiadas nos cotovelos e nos joelhos para percorrerem pequenos trajectos e apoiados nas mãos e nos pés, quando o trajecto era longo e rápido:".
os animais nascem com 70% do cérebro desenvolvido, que fica completo logo nos primeiros meses de vida, assim, podemos concluir que os animais já nascem cientes de muitas capacidades que terão mais tarde; já o Homem, nasce com o seu cérebro desenvolvido apenas a 23% e desenvolve-se até aos 23 anos, que quando o homem atinge os 100% de capacidade que usará no futuro.
Já concluímos que o Homem é um ser em constante mutação e é dotado de (não) capacidades que são desenvolvidas até relativamente tarde o que possibilita ao ser humano a capacidade de aprendizagem - o Homem consegue aprender, o animal não. Existem, na vida do Homem, 3 entidades que resultam no triângulo ético: O Eu, os Outros e as Instituições; é através destes que o Homem aprende e desenvolve capacidades pela interacção com os mesmos. O Eu, possibilita o individuo de se descobrir e aprender com essa descoberta; o outro, ao interagir connosco dá-nos informações e coloca questões que são pertinentes no que respeita à aprendizagem e ao estímulo intelectual; as intituições ( que passam pela família, igreja e outros organismos) são a base da nossa evolução enquanto seres sociais e culturais - são estes que nos ensinam valores e tradições que serão os nossos durante (pelo menos) algum tempo na vida.
Os valores da nossa família por exemplo, podem tornar-se dogmas na maneira como agimos. No texto é observavel essa ligação com os valores familiares alimentavam-se de carne prutefacta, comiam e bebiam como animais (a sua família)
É então conclusivo, que para vivermos dignamente precisamos dos outros para adquirirmos cultura e é tão maior essa depedência, quanto maior for a vida socila do indivíduo, uma vez que quanto mais cultura conhecermos, mais nós podemos aproximar do conceito ideal de cultura para nós.

Ao longo dos tempos a capacidade do homem criar cultura foi sendo aprimorada, sendo

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Entre a China e Portugal.

O meu nome é Chang, que em chinês significa “livre”. Tenho 18 anos e sou natural da China, da cidade de Pequim. Provenho de uma pequena família, o meu pai tinha um pequeno salão de chá e a minha mãe era doméstica. Como é de imaginar, sou filha única, devido à política chinesa do filho único, ainda para mais sendo rapariga. Desde pequena que sempre tive a oportunidade (não tão frequente quanto isso) de estudar numa boa escola chinesa, tendo assim podido acabar o liceu. Quando estava prestes a entrar para a melhor universidade do país, a Universidade de Nanjing, o meu pai recebeu uma proposta de um dos seus fornecedores de ir trabalhar para Portugal. Para mim foi um pouco difícil ter que deixar o meu país e as minhas amizades, mas não tive alternativa.
Então, fizemos as malas e embarcamos uma semana depois…
Chegando a Portugal, e uma vez instalados, tratei de fazer a minha inscrição na Universidade da cidade onde iria ficar, Aveiro, e passei os restantes dias de férias a conhecer a zona.
Foi bastante difícil a minha ambientação a este novo país. Tudo era diferente do meu, e o que mais me impressionou foi o facto de, por tradição, se usar garfo e faca para comer, o que na China seria considerado quase como um insulto. Sim, mesmo na capital Pequim as famílias tradicionais ainda comem de pauzinhos, pois leva-se as tradições muito a serio. Também verifiquei, nesta grande cidade, que as pessoas não têm muitos hábitos religiosos, o que no meu país não acontece. A minha família é tradicionalmente budista. O que nem toda a gente sabe, é que o budismo não é uma religião, pois não existe um deus criador, é mais como uma filosofia de vida cujo objectivo é atingir a felicidade eterna. As minhas práticas budistas neste sentido suscitaram muita curiosidade e interesse na minha nova Universidade. Cheguei mesmo numa altura de eleições legislativas, o que também foi uma surpresa para mim; apesar de nem eu nem os meus pais podermos ainda votar, a cidade foi invadida de campanhas de inúmeros partidos, e por todo o lado só se falava de eleições. Já tinha a percepção de que os países ocidentais eram mais liberais neste aspecto do que a China, mas nunca pensei que a diferença fosse tanta. No meu país, apenas existe um partido, o Partido Comunista Chinês, que permanece no poder pelo que parece ser uma eternidade, visto que controla toda e qualquer liberdade de expressão, principalmente forças que lhe queiram fazer frente. Também não é comum ouvir falar tão mal dos chefes governativos como eu ouço aqui em Portugal.
Em relação à língua, não tive muita dificuldade em me adaptar pois, visto que o meu pai mantinha relações comerciais com portugueses, desde pequena fui habituada a recebe-los em casa e a estar em contacto com esta língua.
Outra coisa que me deixou espantada foi a quantidade de lojas chinesas que existiam. Sabia já que a China se está a tornar numa das maiores potências mundiais, mas nunca pensei que as lojas se seguissem umas às outras pelas ruas fora! Isto também me entristeceu, pois quanto mais lojas foram abertas, mais quantidade de produtos é necessário fabricar, o que implica uma intensificação da exploração de mão-de-obra infantil. Infelizmente, já tive oportunidade de visitar uma destas fábricas na China, e fiquei chocada com a forma como as crianças de tenra idade são forçadas a trabalhar até à exaustão, em condições sobre-humanas, sendo que muitas acabam por morrer.
Aparte destes contrastes culturais entre a China e Portugal, gostei bastante de conhecer uma nova cultura e fui muito bem recebida, quer na cidade pelos meus vizinhos, quer na própria Universidade. A minha experiência em Portugal durou 3 anos, o tempo de acabar o curso, e depois voltámos para a China, mas sem dúvida este foi um dos períodos mais marcantes da minha vida.

Relatório do Filme "Freedom Writers"

O filme “Freedom Writers”, visualizado nas aulas de Psicologia no âmbito do capítulo “A Cultura”, mostra-nos exactamente isso, o lado negro da diversidade cultural.
A história passa-se num bairro problemático, onde convivem as mais variadas raças e culturas, o que inevitavelmente leva a comportamentos racistas. Os tiros, os desacatos, a violência em geral, são uma realidade à espreita em cada esquina.
É na escola deste bairro que fica colocada a professora Erin Gruwell que, ao deparar-se com a turma diversificada e complexa que tem pela frente, está determinada a ajudar os seus alunos a ultrapassarem as dificuldades do meio em que vivem e a tentar dar-lhes um sentido à vida. Dá-lhes aquilo que eles mais necessitam: uma voz própria. Nem tudo foi fácil, pois teve que ultrapassar diversos processos burocráticos impostos pela directora da escola, que sempre dera a turma como um caso perdido. Mas, na realidade, a professora conseguiu dar a volta ao assunto; os alunos começaram a escrever as suas vivências quotidianas, deixando registado os horrores que, infelizmente, ainda hoje são prato forte dos locais onde as mais diferentes culturas convivem. O objectivo disto era cultivar o respeito mútuo entre as diferentes culturas. No final, todos os relatos são compilados e publicados em livro. O resultado, é uma reviravolta total na vida destes estudantes, o que só vem provar que o ser humano é maioritariamente fruto do meio em que vive pois, as mesmas pessoas, vivendo em condições problemáticas e sem ajudas, manifestavam um carácter violento, não tinham expectativas em relação ao futuro, eram até capazes de se matarem umas às outras só por terem uma cor ou origem diferente e, essas mesmas pessoas, ajudadas por alguém que lhes faz ver que a diversidade cultural pode trazer muito mais vantagens do que desvantagens, passaram a ser alguém com perspectivas risonhas para o futuro que se lhes aproximava.

Relatório da Aula nº17

No dia 21 de Outubro de 2009 foi a nossa aula de revisões para o teste.
Procedemos, assim, a uma breve revisão oral sobre os conteúdos leccionados, como as perspectivas epigenética e preformista, ou a genética e a evolução humana. Para isso, corrigimos oralmente actividades realizadas na aula anterior, e realizamos novas actividades, perguntas de verdadeiro e falso, para também treinarmos as justificações a dar no teste.
Depois, a professora ditou-nos alguns apontamentos. Vimos que quando um animal não humano nasce, o seu cérebro já atingiu 70% das definições definitivas de adulto. O restante 30% cresce e desenvolve-se nos primeiros meses de vida. No humano, o cérebro ao nascer tem só 23% das dimensões adultas. Nos 6 anos após o nascimento, assiste-se a um crescimento rápido que só se completa aos 23 anos, ou seja, o crescimento do cérebro prolonga-se 10 anos para lá do momento em que atingimos a maturidade sexual. Assim, e em virtude da nossa indigência biológica, somos uma realidade que se tem de construir, uma realidade cultural que resulta em grande parte do desenvolvimento de competências no contexto das interacções sociais.


(peço desculpa por a postagem vir tão atrasada :D)