"Devemos escrever para nós mesmos, é assim que poderemos chegar aos outros!"
Eugène Ionesco

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Resumo das aulas dos dias 14 e 15 de Outubro

Nos passados dias 14 e 15 de Outubro estudamos o que nos torna especificamente humanos, o bipedismo: a posição erecta ou vertical como forma típica de locomoção e o desenvolvimento cerebral: expansão e especialização do cérebro.

O ser humano é portador de uma imensa capacidade de aprendizagem e de adaptação que se designa por Neotenia. É um processo evolutivo do qual resulta, nos seres humanos, uma capacidade de aprendizagem que se prolonga por toda a vida. A Neotenia traduz uma “falta de acabamento” que prolonga o período de infância e de adolescência e, permite o desenvolvimento adequado das estruturas cerebrais complexas e o desenvolvimento da inteligência. Exprime também uma enorme plasticidade e flexibilidade do nosso património genético, que o torna aberto às influências culturais e ambientais. De uma forma muito resumida, e “traduzindo” à letra, Neotenia significa “manter a juventude”. Como exemplo de um aspecto Neoténico que influencia o nosso comportamento temos curiosidade, pois, e citando as palavras da professora «Somos seres dotados de uma curiosidade natural permanente»

O bipedismo – a marcha vertical ou erecta – provocou: mudanças na curvatura da coluna, o reforço da bacia, o aumento da espessura da medula espinal, para controlar melhor a marcha, a corrida e o acto de respirar, alterações ao nível da laringe, etc. Sem estas mudanças anatómicas seria, segundo os estudiosos da área, complicado falar do surgimento da fala.

A libertação permanente das mãos, fez com que estas substituíssem a boca como órgão de defesa, ataque e de trabalho e, tornou possível a invenção de uma grande quantidade de objectos. Também permitiu o desenvolvimento cerebral, pois quanto maior for a perícia na manipulação de objectos, maior será a capacidade de idealizar e fabricar tais objectos.

Não somos só o que somos devido à nossa evolução biológica. De facto, a própria evolução desencadeou o aparecimento daquilo que nos distingue dos outros animais e marca a nossa especificidade, isto é, a cultura. Este é o principal factor humanizador que deu origem à história humana.

Em jeito de conclusão, e na minha opinião, a adaptação cultural é mais importante e que a adaptação genética. Suporto esta minha opinião no exemplo dado pela professora: «Para conseguirmos voar, não foi necessária qualquer mutação genética produtora de asas (…) a ciência e a tecnologia permitiram essa adaptação ao meio»

Nenhum comentário:

Postar um comentário