"Devemos escrever para nós mesmos, é assim que poderemos chegar aos outros!"
Eugène Ionesco

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A nossa maior ilusão é acreditar que somos o que pensamos ser" (Henri Amiel)


"(...) é difícil escrevermos de nós... para nós (...)"



- É muito mais fácil ceder à preguiça que sinto, e pedir ao outro que escreva por mim algo que nem eu consigo dizer, mesmo quando acho que me conheço a 100%!!!



"É muito mais fácil ceder (...)"




- É então que surgem frases que "regam" o ego de qualquer mortal, como uma jardineira que cuida das suas plantas como que sua vida dependesse disso...





[Não resiste e acaba por ceder]


"És uma pessoa de ideias próprias... uma personalidade forte... És amigo... teimoso..."

"És lindo e dos maiores orgulhos que eu poderia ter, este verão. amigo ogre, amô e amizade 4ever."

"Pedro , Pedrinho e Pedrocas gosto de ti como és , queridinho , fofinho e lindão . Te adoro Rapazinho do meu coração"

"O Pedro é um rapaz muito divertido, demasiado bem-disposto; dá-se bem com toda a gente; é simpático; é definitivamente uma pessoa porreira; quanto aos defeitos, sinceramente não sei. Uma forma de continuar a ser como ele é, é ser positivo/optimista e agradável com as pessoas."



[Começa a corar... Mas essa sensação é rapidamente substituída por uma sensação intrigante]


- Será que sou isto tudo?... Será que as pessoas que me rodeiam se deixam envolver por umas gargalhadas mais histéricas e por umas piadas pensadas vezes sem conta, planeadas simplesmente para provocar uma reacção efusiva nas massas......

[Pausa]

- Ou será que sou isto tudo?... E que todas as pessoas que me rodeiam vêem em mim mais do que um bobo sem corte à espera de risos desgarrados da sua plateia...? E será que as piadas... são palavras instantâneas de um velho comediante reformado a animar uma plateia pouco exigente....?


[pausa maior]


"Sabemos muito pouco o que somos e menos ainda o que podemos ser" (Lord Byron)


Não sei...

[Cara intrigada começa rapidamente a desvanecer-se...]

- NÃO! Sou o Pedro... só o Pedro...! Porque tenho de ser algo mais... sou apenas mais um de 6800000000 a tentar sobreviver e lutar por um lugar ao sol...! Sou eu, sem pontos, virgulas, exclamações e, sobretudo, sem interrogações....!

[Acelera o ritmo]

- Sou o rapaz de 17 anos que tenta por tudo conhecer a fundo todo o mundo, e conhecer pelo menos umas 50 línguas diferentes!... O rapaz que quer conhecer o Oriente e dar cartas na tradução e nas artes performativas!... Aquele que gosta de fotografar e não de ser fotografado e gosta de estar com amigos, de sair à noite, de sair de dia, de sair de tarde...
De sair!

[Pausa]
[Nostalgia]

- O Rapaz pequenino que um dia sonhou ser escritor... mas que desde cedo dava cartas no "showbiz"... O gordinho da cantina onde desde cedo representava os "olhinhos" de duas professoras muito distintas, desde já, demonstrando a sua flexibilidade em escolher "os amigos"!...
O Pedro já maior... o gordinho do ciclo que além de introvertido, é aquele menino que é gozado nos corredores... mas é forte!...

[Emoção]
[Desabafo]

- Nunca mostrei!... Nunca me mostrei sequer incomodado... "Resvala na couraça da minha indiferença!"... dizia a Sara Mateus!... Cresci... tornei-me em mim... o Pedro capaz de superar qualquer ofensa sem sofrer um bocadinho!... Sou eu... A pessoa divertida que o é apenas por o ser e não porque tem que esconder algo de si!... Sou eu.

- Sou eu com muitos pontos, virgulas, exclamações e, sobretudo, com muitas interrogações....!

[Fecha o pano e o actor sai pela direita alta]

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